28 maio 2025

Protocolos de avaliação ambiental mostram níveis de preservação variados dentro da Uneb Juazeiro

Foto: Letícia Duarte / NAC


Com o objetivo de preservar o bioma da caatinga dentro do campus III da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Juazeiro, a instituição adotou o Protocolo de Avaliação Rápida (PAR), que consiste em um método de verificação de integridade ambiental que utiliza uma abordagem qualitativa com a finalidade de auxiliar no monitoramento da qualidade da área selecionada, visando a conservação da região. Por ser interdisciplinar, pode ser aplicado por profissionais do setor ambiental, gestores, estudantes e, ainda, comunidades locais.
O PAR é uma ferramenta de baixo custo e pode passar por adaptações conforme os contextos e necessidades observadas. Contudo, a importância desse tipo de diagnóstico é um dos pontos que precisa ser discutido dentro e fora da comunidade acadêmica para que a conservação ambiental, principalmente no local, seja trabalhada de maneira mais eficaz.

Segundo Rosangela Botelho, geógrafa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro, a avaliação possui níveis de integridade que podem ir do ruim ao ótimo e a partir dos resultados obtidos é possível identificar quais elementos estão com notas baixas e intervir. A perda da integridade tem ligação com a presença do ser humano no ambiente."A trilha não é um elemento natural dentro de uma área protegida e, com isso, o ambiente começa a sofrer os impactos causados pela atividade humana”, explica a geógrafa.

Foto: Letícia Duarte / NAC

Dentro do perímetro do Campus III da UNEB, as classes de integridade variam de ruins a boas nas trilhas e lagoas presentes no terreno. A professora Luzineide Dourado, coordenadora do projeto CONVIVERDE - Programa de Redes Ambientais na cidade de Juazeiro/BA - comenta que o PAR foi aplicado pela primeira vez na trilha José Theodomiro de Araújo, onde foram identificados vários trechos da trilha em situações muito ruins, enquanto outros estavam bons.

Foto: Letícia Duarte / NAC
A partir de diagnósticos como o PAR, a preservação ambiental de cidades e áreas verdes ganham mais visibilidade e servem como sinal de alerta sobre os prejuízos que ações humanas podem causar para o ecossistema. O conhecimento produzido dentro da universidade pode mudar a relação da população com a zona em que vive. O professor Lindemberg Almeida realizou o PAR Áreas Verdes Escolares - metodologia de diagnóstico ambiental escolar - que destaca a importância de manter o verde nativo vivo na educação. “Dentro da universidade surgem as possibilidades com o olhar voltado para a educação que pensa o local, semiárido, o chão que pisa. A escola não pode ficar alheia.”, destaca.


Para Rubens Carvalho, docente do curso de Engenharia Agronômica na UNEB, “esse é um dos protocolos de avaliações que a gente tem informações importantes para preservar e conservar de forma atenuada no presente, mas bem acentuada no futuro. Trazendo para o cotidiano acadêmico é onde vamos conseguir conduzir a nossa visão ambiental”, ressaltou.

Por Aylla Bomfim, estudante de Jornalismo em Multimeios e colaboradora do MultiCiência.