Aos 13 anos, curtindo as bandas internacionais The Smiths, The Cure, Green Day e Blink 182, o jovem introvertido passa a observar e acompanhar, com admiração e paixão, o pai Paulo Soares, compondo e produzindo músicas próprias. Em 2015, aos seus 15 anos, o jovem começa a ser procurado para participar de ensaios e shows. O mundo da música reforçou os laços fraternais entre pai e filho.
Dez anos depois, o baixista da banda Trupe Poligodélica, produtor e músico Alvin Ferreira Ribeiro Soares, relembra quando Paulo começou a comprar equipamentos e a montar um Home Studio para fazer suas próprias produções e para receber ensaios de outros artistas. Foi, a partir desses acontecimentos, que Alvin começou a se enxergar como uma pessoa atuante na cena musical do Vale do São Francisco.
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Alvin Soares junto do seu baixo |
Em 2017, o instrumentalista conheceu um rapaz chamado Fatel e, paralelamente, conheceu Ciro Cavalcanti, Fellipe Melo e Victória Duarte em momentos diferentes. Junto de Fatel e Ciro, Alvin já conversava sobre eles produzirem algo juntos. Fatel decidiu gravar seu segundo EP, “Pã”, no Home Studio que já estava montado.
Com essa aproximação, o baixista acompanhou de perto o processo e passou a conviver mais com o grupo e, mais tarde, foi chamado para gravar o baixo em duas faixas do EP. “Em 2018, quando a banda já ensaiava no estúdio toda semana e já estávamos chegados, eles me convidaram pra fazer parte do projeto.”, relembra o músico.
No mesmo ano, Alvin foi chamado pra fazer parte da Trupe Poligodélica, oficialmente, e vem se dedicando a esse projeto, fazendo parte de experiências que o amadurecem como músico e técnico de som. Mais tarde, o contato com o grupo musical fez o Alvin ir mergulhando na música brasileira e ir se apaixonando por nomes como Jorge Ben Jor, João Gilberto, Novos Baianos e Clube da Esquina. Além de que bandas estrangeiras como Crumb e Khruangbin são referências especiais pra o músico.
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Alvin tocando junto da sua banda Trupe Poligodélica |
Na “Casa Azul” é onde o multi-instrumentalista faz as suas produções e promove eventos musicais independentes abrigando diversos músicos locais. Por agora, Alvin tem ajudado na produção de álbuns, EPs e singles de artistas como, o já citado, músico Fatel, e as jornalistas Joyce Guirra e Mirielle Cajuhy.
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É no estúdio Casa Azul onde Alvin faz suas produções e eventos |
Sobre o mercado musical, Alvin tem uma visão de que não existe tanto espaço no mercado para quem mora no interior, principalmente para o gênero alternativo. “Se você for uma pessoa que quer, por exemplo, alguém pra fazer uma mentoria pra você ganhar dinheiro, e fala pra esse cara e fala que quer investir em um estúdio de música que produz MPB, rock. ele vai dar dois tapas na cara e se chamar de louco”
Tanto para se divertir quanto para alcançar mais pessoas, Alvin grava reels pro Instagram fazendo covers com o seu baixo. “Toco algumas músicas que eu gosto, algumas referências, influências minhas pra rede social. Que é uma parte importante também da minha divulgação, né?”
Por Tulio Oliveira, estudante de Jornalismo em Multimeios.