O reconhecimento histórico da contribuição do negro para a formação da sociedade brasileira marcou a abertura do 2º mês das Consciências Negras, realizado na tarde desta terça-feira pela Universidade Federal do vale do São Francisco (Univasf). O evento, que antecede as comemorações do dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, teve a participação de representantes dos movimentos sociais, professores e discentes.
O professor da Univasf, Claudio de Almeida, ressaltou que o não reconhecimento do racismo tem gerado todo tipo de violência simbólica e física contra a população negra e há a necessidade de ressaltar a importância dos quilombos como referência, no contexto atual em que predomina o sistema neoliberal nas relações econômicas. “Os quilombos não representaram apenas uma fuga do sistema racista, mas a proposta de um modelo socioeconômico diferente baseado na economia solidária”, afirma Almeida.
Os palestrantes ressaltaram o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/10) como uma das conquistas sociais mais relevantes no Brasil. Lei de ação afirmativa, o Estatuto busca a adoção de medidas para a redução das desigualdades históricas, derivadas da escravidão e que impõem ao negro uma invisibilidade social ainda hoje na sociedade.
O estatuto prevê ainda que as peças de comunicação deverão observar a composição étnica do povo brasileiro, com a presença de negros, índios e brancos, para que haja uma igualdade de exposição dos negros, já que, segundo dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 50,2% da população é de pretos e de pardos.
As atividades da 2ª edição do Mês das Consciências Negras continuam até o dia 30 de novembro na Univasf em Juazeiro, com debates, palestras e exibição de filmes. Ontem, foi exibido o filme “Abdias Nascimento, memória negra”, do cineasta baiano Antônio Olavo. Mais informações acesse o site: http://www.univasf.edu.br/
Por: Ricardo Sousa (texto)
Luna Laise (foto)