Aproximadamente metade da população brasileira é negra, segundo o Instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Juazeiro, de 198 mil habitantes identificados pelo IBGE cerca de 10% da população se declararam negros. Mas a invisibilidade da população afrodescendente ainda é a regra nos meios de comunicação. O acesso à produção e difusão de informação sobre questões étnicas são reivindicações do movimento negro.
O Jornal Nacional, em 2002, foi ao ar com o jornalista Heraldo Pereira na bancada. Foi a primeira vez que um jornalista negro esteve no comando do telejornal. Mesmo sendo a maior emissora do país, a Rede Globo tem poucos jornalistas que podem ser considerados negros. Na teledramaturgia, esse quadro não é muito diferente. Apesar de ter havido uma protagonista negra em uma novela da Rede Globo, geralmente eles são representados como escravos, empregados, marginais e drogados.
A professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Márcia Guena, afirma que os jornalistas têm dificuldades de abordar questões étnicas na produção jornalística. “Em geral, a mídia tem operado na questão social como clichê. Em datas como 20 de novembro, sai uma quantidade razoável de matérias, mas no dia a dia como é tratada a questão negra? Quantas escolas aplicam a lei 10.639/03, que trata da inclusão do ensino da cultura africana? Algumas escolas privadas sequer conhecem a lei. No curso de Jornalismo você não tem uma disciplina regular que se discuta uma questão étnica fundamental para se compreender a realidade brasileira. Se você não conhece a questão étnica, você está em outro país”, afirma Márcia Guena, professora do curso de Jornalismo em Multimeios, da UNEB.
Para Márcio Ângelo, colaborador do Núcleo de Arte e Educação (Naenda), situado no Bairro Kidé em Juazeiro-BA, a mídia televisiva local aborda os projetos sociais desenvolvidos pelo Naenda principalmente aqueles voltados para as práticas educativas. No bairro, onde a maioria da sua população é negra, ainda são produzidos estereótipos atribuídos aos moradores - grande parte trabalhador rural e doméstico - que sofrem preconceito por morarem na localidade considerada periferia da cidade. Há nove anos, o NAENDA vem tentando mudar essa situação oferecendo debates e cursos com pesquisadores e representantes de movimentos sociais, abordando formas de combater a discriminação racial na região.
Márcio também destacou a importância da mídia em mostrar exemplos de artistas e personalidades negros, como o artista Gilberto Gil e o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que têm se destacado em diversas áreas da sociedade para mostrar que a população afrodescendente participa da produção da cultura, da política e de diversas organizações sociais.
O Jornal Nacional, em 2002, foi ao ar com o jornalista Heraldo Pereira na bancada. Foi a primeira vez que um jornalista negro esteve no comando do telejornal. Mesmo sendo a maior emissora do país, a Rede Globo tem poucos jornalistas que podem ser considerados negros. Na teledramaturgia, esse quadro não é muito diferente. Apesar de ter havido uma protagonista negra em uma novela da Rede Globo, geralmente eles são representados como escravos, empregados, marginais e drogados.
A professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Márcia Guena, afirma que os jornalistas têm dificuldades de abordar questões étnicas na produção jornalística. “Em geral, a mídia tem operado na questão social como clichê. Em datas como 20 de novembro, sai uma quantidade razoável de matérias, mas no dia a dia como é tratada a questão negra? Quantas escolas aplicam a lei 10.639/03, que trata da inclusão do ensino da cultura africana? Algumas escolas privadas sequer conhecem a lei. No curso de Jornalismo você não tem uma disciplina regular que se discuta uma questão étnica fundamental para se compreender a realidade brasileira. Se você não conhece a questão étnica, você está em outro país”, afirma Márcia Guena, professora do curso de Jornalismo em Multimeios, da UNEB.
Para Márcio Ângelo, colaborador do Núcleo de Arte e Educação (Naenda), situado no Bairro Kidé em Juazeiro-BA, a mídia televisiva local aborda os projetos sociais desenvolvidos pelo Naenda principalmente aqueles voltados para as práticas educativas. No bairro, onde a maioria da sua população é negra, ainda são produzidos estereótipos atribuídos aos moradores - grande parte trabalhador rural e doméstico - que sofrem preconceito por morarem na localidade considerada periferia da cidade. Há nove anos, o NAENDA vem tentando mudar essa situação oferecendo debates e cursos com pesquisadores e representantes de movimentos sociais, abordando formas de combater a discriminação racial na região.
Márcio também destacou a importância da mídia em mostrar exemplos de artistas e personalidades negros, como o artista Gilberto Gil e o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que têm se destacado em diversas áreas da sociedade para mostrar que a população afrodescendente participa da produção da cultura, da política e de diversas organizações sociais.
Por: Ricardo Souza (texto)
Fotos: Lorena Santiago e Paulo Pedroza respectivamente.
Fotos: Lorena Santiago e Paulo Pedroza respectivamente.