De dentro para fora: Alunos do CODEFAS realizam Mostra de Conhecimentos

Multiciência 23 setembro 2019

Roer de unhas, sorrisos tensos e um intenso burburinho nos corredores em busca de ajustes dos últimos detalhes. Minutos antes, a fanfarra formada por estudantes tentam amenizar as tensões. Foi nesse ritmo de alegria e nervosismo que aconteceu nessa última sexta-feira, a primeira edição da Mostra de Iniciação Cientifica do Colégio Democrático Estadual Profª Florentino Alves (CODEFAS). 
Há 30 anos, o CODEFAS é um exemplo de instituição que apoia as diversas áreas do conhecimento. Reconhecido pela trajetória de realizar grandes eventos escolares, que une diversão, arte e aprendizado como o FACDEFAS e o CODESP, o colégio apresentou uma inovação pedagógica ao expor temáticas atuais na sociedade em forma de projetos de Iniciação Cientifica.
A mostra contou com 42 projetos desenvolvidos pelos alunos do 1° ano do Ensino Médio Integral e para eles a experiência da pesquisa até a conclusão do projeto foi essencial para o desenvolvimento do conhecimento. Foi também um momento de crescimento pessoal, superando a timidez na defesa dos projetos e desenvolvendo novas habilidades. “Sobre o que está acontecendo no colégio, acho isso uma coisa muito boa, uma oportunidade única que a gente está tendo, porque muitas pessoas quando chegam à faculdade não têm tanto conhecimento nem tanta base de como fazer projeto e artigos científicos. Aqui,  temos um grande aprendizado e, quando chegar a nossa vez na faculdade, estaremos bem mais instruídos e preparados”, relatou Maria Fernanda, aluna do 1º ano que trabalhou em um projeto relacionado ao acidente radiológico com Césio 137 em Goiânia em 13 setembro de 1987.
Eduardo Bezerra/Estudante
Ciências humanas, biológicas e empreendedorismo foram as categorias dos projetos apresentados. Em quatro salas diferentes, foram apresentados e discutidos, para uma banca de professores universitários e profissionais, projetos com temas como o uso consciente dos recursos hídricos, feminicídio, LGBTFobia, racismo e um variado leque de questões sociais. Como o projeto do aluno Eduardo Bizerra, que visa facilitar a mobilidade doméstica de pessoas idosas com a “inovação doméstica”. Além de falar o objetivo de seu projeto, o aluno ainda demonstra a importância de se olhar para educação como janela para o futuro. “Nós vamos fazer um produto fácil e simples pensando nos idosos que têm problemas em limpar a casa. Esse projeto que a gente está fazendo é um ótimo pensamento para o nosso futuro e acredito que todas as escolas da região deveriam fazer o mesmo”.
Práticas como essas são comuns no universo do CODEFAS. Os alunos são incentivados a desenvolverem habilidades variadas que vão além das paredes das salas. O corpo docente trabalha ainda mais para estimular a aprendizagem dos alunos que passam dois turnos no colégio. Para que eles não percam o ânimo com a carga horária que chega a 10 horas, são incorporadas matérias dinâmicas e humanizadas na grade curricular. Para a professora do componente de Iniciação Científica,  Vanessa Chaves, metodologias ativas como projetos são fundamentais para a formação de todos os alunos. “O CODEFAS é um colégio que preza muito pela formação integral desses meninos. A gente percebe que, dada à realidade de onde eles vivem, é aqui na escola que eles vão conseguir construir os caminhos para ter uma vida melhor. Nós temos vários trabalhos ligados à arte, a cultura, aos esportes e ciências. Eles têm a Iniciação Cientifica componente chamado “praticas integradora” que eles constroem o projeto de vida deles durantes os três anos, ou seja, pensam na família, na comunidade e no contexto, e têm uma disciplina que é “humanidade, sociedade e cidadania” que eles vão discutir a sociedade a qual estão inseridos”.  
Vanessa Chaves
Em 12 horas de evento, o objetivo foi mostrar para o aluno que é possível aprender de forma descontraída e, ao mesmo tempo, se preparar para um futuro profissional. A finalidade foi mostrar  que, mesmo diante das circunstâncias, é possível valorizar a educação pública e os esforços para com a formação dos seus alunos. “Eles têm que ter uma educação que dialoga de fato com o contexto deles. Que converse com a história deles, que diga: olhe! Você está inserido nesse lugar, mas você pode ser desse lugar e todos os lugares que você quiser... e essas diversas linguagens ajudam a dialogar”, esclarece Vanessa Chaves.

Texto por: Jéssica Cardoso
Fotos por: Raphael Nobre