Na pandemia, oi, como você está?

Confinados, estamos todos, mesmo os que precisam sair para trabalhar, voltam as suas casas após o final do expediente, e de lá, geralmente não saem, a não ser que seja para ir novamente ao seu ofício no outro dia. Nesse cenário de caos que define a pandemia que estamos vivendo, nunca se ouviu falar tanto em saúde mental.
Emoções como medo e tristeza ou sentimentos associados à angústia, tensão, tédio e ansiedade tem sido muito relatados pelas pessoas e diante dessas vivências, como lidar com tudo isso?
Quando o assunto é a subjetividade humana, não existem receitas prontas, o que temos são possibilidades e caminhos e cada ser tem uma forma de lidar com essas dificuldades.
Estamos passando mais tempo em nossos lares, um convite ao recolhimento e a introspecção, se faz presente o símbolo da casa, Héstia a deusa grega protetora dos lares nos convida a viver a experiência de estar em casa, que é marcada por momentos de alegria, tristeza, tédio, enfim um misto de emoções e sentimentos. Não é tarefa fácil, mas vamos tentando nos equilibrar no passar das horas.
Somos chamados a desenvolver a criatividade, que é um processo psicológico que precisa ser regado e alimentado para germinar e florescer. Os momentos de crise ofertam várias possibilidades de adaptação, saímos da nossa zona de conforto e podemos nos reinventar. Vemos pessoas fazendo exercícios físicos em seus lares, trabalhando de forma remota, artistas fazendo lives de música, a arte está ganhando cada vez mais espaço em nossas casas e sabemos o quanto ela é importante para trazer mais leveza e calma.
E no terreno fértil da arte muitas são as veredas, músicas, filmes, séries, livros, trabalhos manuais, artes culinárias e da jardinagem, enfim, diversas são as possibilidades de fruição e cada um se identifica mais com uma ou outra coisa. E você, gosta de fazer o que?
E assim, vamos tentando viver um dia por vez e ao olhar para dentro, possibilidades de crescimento nascem.
Artigo escrito por Raiza Figuerêdo. Psicóloga-poeta-professora. Doutora em Psicologia (UFPE) e Arteterapeuta (em formação), Raiza é natural de Salgueiro, sertão pernambucano e atualmente reside em Recife. É . Também é pesquisadora do campo da Psicologia da Arte. Publicou o livro de poesias O coletor, pela Editora Confraria do Vento (Rio de Janeiro, 2019). Instagram: @raizabarrosfigueredo. Site: www.raizafigueredo.com.
Ilustração: Gabriela Yane, estudante de Jornalismo em Multimeios.