A pandemia da Covid-19 no Brasil levou alguns profissionais
a saírem de suas zonas de conforto e construírem novos negócios para aumentar a
renda familiar. Um levantamento realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Continua(PNAD Contínua), em outubro de 2021, mostra que houve
uma alta de 18,1% no número de trabalhadores autônomos, o que corresponde a 4 milhões de brasileiros trabalhando por conta própria.
Foi o que aconteceu com Lara do Carmo do Leite, 21 anos, estudante de História na UPE. A juazeirense relata que começou a vender brownies para ter um dinheiro extra. Com o tempo, a atividade econômica se tornou a única renda da sua casa. Além do Lawnie, o nome da empresa de brownies, Lara abriu um negócio de roupas chamado E-Soul Stores pelo o Instagram.
Paulo Sergio de Souza também resolveu apostar no conhecimento digital. Aos 24 anos, ele é professor e palestrante
com foco em treinamento profissional no setor de tecnologia, com a empresa “Gurgel
TI”. Sergio investiu no modelo de negócio ao perceber que, na região
do Vale do São Francisco, não tem tantas oportunidades referentes ao estudo do
mundo virtual.
Paulo Sérgio nas aulas de capacitação profissional |
Além disso, ele já desenvolvia o projeto de tutoria virtual na modalidade EAD. Tudo isso caiu como uma luva para o palestrante no momento que o ensino remoto cresceu no mundo todo. Recentemente, ele foi convidado ao evento Shinobi, voltado para o público juvenil. “Foi uma experiência muito interessante. Já que pude abordar um tópico que eu gosto e sei que muitos jovens também gostam, que é a indústria dos games”, diz Paulo, sentindo-se realizado em contribuir com a formação dos alunos.
Outra pessoa que decidiu investir na profissionalização foi Alvin Ferreira Ribeiro Soares, aluno de Jornalismo em Multimeios e baixista da banda Trupe Poligodélica. Eles foram beneficiados pela Lei de Emergência Cultural de 2020/2021 - Lei Aldir Blanc, que visa o auxílio financeiro ao setor cultural em decorrência do distanciamento social por conta da pandemia.
O músico conta sobre a experiência de empreender
no ramo musical ao aplicar as técnicas que ele aprendeu ao gravar em diversos
lugares. Alvin aponta os desafios de ser dono de seu negócio. Para ele ser autônomo, é interessante pela flexibilidade de horários
que você consegue fazer as suas coisas. Apesar disso, ele se preocupa com a
rentabilidade e a subvalorização do mercado em tempos de crise. “Me
vejo no futuro tocando com a Trupe em alguns eventos que admiramos, gravando
novas músicas, ganhando mais dinheiro e boas experiências", afirma.
Alvin Ferreira Ribeiro Soares tocando baixo em seu estúdio |
O professor efetivo do Instituto Federal da Bahia (IFBA),
Fernando Santos da Paixão, considera que começar a empreender representa a
independência profissional e a saída de uma situação de desemprego. “É muito
importante para o indivíduo, que busca valorizar seus conhecimentos, vocação ou
Hobby, além de ser muito relevante para geração de renda familiar e o fortalecimento
dos arranjos e Produto Interno Bruto (PIB) locais”, explica.
Contudo, ele avalia que, para empreender, precisa ter
informações precisas para tomar decisões, possuir relatórios contábeis e buscar
meios de se manter forte no mercado. "Os desafios são diários, a melhor
maneira de dribla-los é estar sempre atento aos cenários, ao comportamento do
seu público alvo, às ameaças e fraquezas e aproveitar as oportunidades. Além
disso, buscar sempre a solidez financeira e econômica entendê-las como coisas
diferentes e que se complementam”, adverte.
Abrir um negócio por si só é uma navegação às cegas, haverá
consequências, tanto positivas quanto negativas, à frente. Para serem bem
sucedidos, os empreendedores podem procurar palestras de
consultorias como o SEBRAE e, assim, levantar necessidades e identificar
soluções.