Artistas de “Óbvio - Kuey & Godóia” conversam com o Multiciência

MultiCiência 01 junho 2025
Os artistas Coelhão Assis e Odomaria Macedo conversaram com o MultiCiência sobre seu espetáculo, o show “Óbvio - Kuey & Godóia”, falaram um pouco da história da dupla e projetos futuros. O espetáculo realizado neste sábado (31), no Teatro Dona Amélia, em Petrolina(PE), conta um pouco sobre a história e cultura de Juazeiro(BA) e o Vale do São Francisco e é um desdobramento de um projeto maior que ambos participaram juntos na década de 1970 - o grupo de artes e música chamado Êxodus de Artes.


Multiciência: Como vocês se conheceram e decidiram trabalhar juntos?

Coelhão: A gente se aproximou em Salvador, eu cursava Engenharia Civil e Odomaria cursava história, ambos na Universidade Federal da Bahia.

Odomaria: Nós dois participamos de teatro na época e nesse ambiente criativo nossa amizade foi se construindo.

Coelhão: E o primeiro trabalho juntos, começamos justamente a ensaiar lá, em Salvador ainda. Houve uma roteirização de uma apresentação que intitulamos de “Fragmentos”. A primeira apresentação foi aqui em Juazeiro, que contou com Mauriçola, Odomaria e Expeditinho Poeta e o grupo Êxodus, fazendo o fundo musical.

Odomaria: E a partir disso, continuamos a nos encontrar e trabalhar juntos.

Multiciência: Como surgiu a ideia do show?

Coelhão: A gente vem trabalhando nesse projeto voltado para o universo do grupo Êxodus, que existiu lá na década de 1970. Então, o Indivíduo Coletivo, que é capitaneado por Eneida Trindade e Moésio Belfort, nos fez o convite para apresentar o show no projeto deles o “Canta Baixinho”, que era realizado no Centro de Cultura João Gilberto, um show musical com músicas autorais, que é exatamente o cerne do projeto deles.

Odomaria: O nome do show é o meu apelido e o de Coelhão, que foram definidos pelo meu primeiro marido, que era membro da turma e que fazia parte do grupo Êxodus. Ele apelidava Coelhão de Kuey e Godóia pra mim.

Coelhão: E o primeiro trabalho juntos, começamos justamente a ensaiar lá, em Salvador ainda. Houve uma roteirização de uma apresentação que intitulamos de “Fragmentos”. A primeira apresentação foi aqui em Juazeiro, que contou com Mauriçola, Odomaria e Expeditinho Poeta e o grupo Êxodus, fazendo o fundo musical.

Odomaria: E a partir disso, continuamos a nos encontrar e trabalhar juntos.

Multiciência: Como surgiu a ideia do show?

Coelhão: A gente vem trabalhando nesse projeto voltado para o universo do grupo Êxodus, que existiu lá na década de 1970. Então, o Indivíduo Coletivo, que é capitaneado por Eneida Trindade e Moésio Belfort, nos fez o convite para apresentar o show no projeto deles o “Canta Baixinho”, que era realizado no Centro de Cultura João Gilberto, um show musical com músicas autorais, que é exatamente o cerne do projeto deles.

Odomaria: O nome do show é o meu apelido e o de Coelhão, que foram definidos pelo meu primeiro marido, que era membro da turma e que fazia parte do grupo Êxodus. Ele apelidava Coelhão de Kuey e Godóia pra mim.

Coelhão: E aí esse escopo foi o que nos fez apresentar esse título, Kuey e Godóia.

Odomaria: E a palavra “óbvio” como título, não caiu do nada, ela veio de um poema que faz parte do repertório das músicas que nós estaremos apresentando. É uma palavra forte, óbvio, que, no poema, é uma marcação constante no texto de exaltação à ciência, à filosofia, às artes, à resistência, que é muito assinalado com esse poder do que é óbvio. E essa palavra é repetida como uma força que nos conduz, então é um poema que, na verdade, é um texto de filosofia bem interessante.

Multiciência: O show “Óbvio” é descrito como uma viagem atemporal dos anos 1970 até 2025. Como vocês construíram essa narrativa no palco?

Coelhão: Antes do “Show Óbvio”, a gente vem trabalhando com esse repertório, para fazer mais adiante, um outro trabalho voltado exclusivamente para essa pesquisa. Quando nós fomos convidados para fazer o “Canta Baixinho”, fomos coletar e pesquisar de onde surgiu a raiz do projeto, o grupo Êxodus, e trazemos um conjunto de músicas de vários autores dessa turma e mesclamos com algumas produções minhas.

Odomaria: O “Óbvio” é um show mais focado na produção autoral de Coelhão como um membro do grupo Êxodus, e com esse anúncio do que virá depois, que é um conjunto de músicas produzidas exatamente daquele coletivo, criações de artistas que conviveram nos anos 1970, adaptando para a atualidade, acaba trazendo essa viagem atemporal.

Multiciência: Qual é a principal mensagem ou provocação que o espectáculo deseja transmitir para o público?

Coelhão: Nós temos, dentro desse trabalho conjunto, o entendimento que esse repertório do grupo Êxodus é muito rico e precioso, e não pode ser esquecido lá atrás. Naquela época, a gente tinha influência da Bossa Nova, da Tropicália, dos Novos Baianos com aquela força total, então achamos que essa potência precisa ser trazida para o momento atual.

Odomaria: Nas outras três edições do show, os ambientes não nos permitiam um desenvolvimento cênico, mas quando a proposta surgiu para fazermos em um palco, um teatro, entendemos que precisávamos de outra formação para ocupar aquele espaço do palco, e que necessitava uma movimentação cênica e que isso de alguma forma se relacionasse com o roteiro e as canções, e que relacionasse à poética que estava exposta na canção.

Multiciência: O que o público pode esperar de seus futuros projetos após o encerramento do show “Óbvio”?

Coelhão: O que se pode esperar é essa proposta de uma apresentação sobre o repertório de músicas que estamos trabalhando e pesquisando, e anunciamos esse repertório nesse show “Óbvio”. Nós traremos a seguir um projeto mais adiante, que está em andamento.

Foto: Gabriel Matos

Por Anne Carvalho e Gabriel Matos, estudantes de Jornalismo em Multimeios e colaboradores do MultiCiência.