Cantora baiana, Rachel Reis, é indicada ao Grammy Latino pela segunda vez

MultiCiência 18 outubro 2025
Foto: Aylla Bomfim

A cantora Rachel Reis, natural de Feira de Santana - BA, recebe a segunda indicação ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de MPB”. Seu primeiro álbum de estúdio, “Meu Esquema”, lançado em 2022, abriu as portas para a premiação ao ser indicado como “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa”, no Grammy Latino 2023. Dessa vez, Rachel concorre pelo trabalho “Divina Casca” com 15 músicas, três delas possuem participação de outros artistas como Psirico e BaianaSystem.


No álbum “Divina Casca”, a artista torna a levar aspectos da baianidade para fora da Bahia e do Brasil. É a Bahia, mais uma vez, sendo vista mundo afora a partir de uma mistura de diversos gêneros musicais, como Pagodão Baiano, MPB, Afropop, Samba e uma pitada de Rap, com a participação do rapper brasiliense Don L.


Rachel Reis carrega nas veias o DNA musical, com mãe e irmã inseridas no mundo da música. “Na infância, eu já tinha essa facilidade. Eu venho de uma mãe seresteira, hoje evangélica, e lembro de ouvi-la cantando forró, reggae. Minha irmã seguiu os passos dela e hoje também é cantora de forró ”, afirma ela. Essa origem explica porque não foi difícil mergulhar no grande caldeirão musical da Bahia e juntar vários ritmos.



“Somos baianos”


Como todo baiano que se preze, Rachel Reis cresceu ouvindo diversas referências musicais. A Bossa Nova de João Gilberto, o Rock de Raul Seixas, o movimento Tropicália com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Axé Music, Arrocha, entre outros grandes gêneros musicais e nomes que representam o estado baiano. “Somos baianos. Não tem como a gente não se espelhar em tudo de música que tem na Bahia”, aponta a cantora.

Foto: Aylla Bomfim

A discografia de Rachel Reis, que iniciou em 2020 com o single “Ventilador”, sempre teve suas raízes presentes. O seu segundo álbum, “Divina Casca”, lançado em 2025, segue a mesma linha. Porém, carregado de mais personalidade da própria cantora, com muito swingue e ginga. As letras fazem referências a outras obras da música brasileira e da literatura. “Nas composições, tem muito de bell hooks e eu me inspiro muito em como Jorge Ben Jor compõe”, conta Rachel, que leva o ouvinte do álbum a se deparar com uma música chamada “Jorge Ben”, que explora o samba e a malandragem carioca ao falar sobre características do amor comparadas a personalidade de Jorge Ben Jor e sua discografia.


Ao ser questionada sobre sua segunda indicação ao Grammy Latino, a cantora baiana expressa felicidade e relata que tem o desejo de vencer na categoria, mas só o fato de ser indicada já é uma grandiosidade e motivo de orgulho ao ver o trabalho ser reconhecido dentro e fora do país. “Segunda vez concorrendo já acrescenta bastante na minha trajetória, mas tem que manter os pés no chão”, finaliza Rachel.



Por Aylla Bomfim, estudante de Jornalismo em Multimeios e colaboradora do Multiciência.