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| Foto: Arquivo Pessoal |
Apesar de seu encanto pelo rádio, Anaelson não planejava seguir o caminho da comunicação. Seu desejo era ser professor de história. Prestou vestibular para a Universidade Federal da Paraíba, mas não obteve êxito. Foi então que participou do processo seletivo de 1994 para o curso de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, o único no interior do Nordeste, e passou. “Fiz ali, talvez, meio desacreditado, porque o jornalismo era muito concorrido, vinha gente do Maranhão, da Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, então eu não tinha muita expectativa”.
Em 1998, ainda durante a faculdade, Anaelson fez o curso de Radialismo na então Escola Técnica Federal da Paraíba, hoje Instituto Federal da Paraíba (IF-PB), em João Pessoa, onde se formou, na 5ª turma do curso.
Logo após a conclusão da graduação, ele se mudou para Paulo Afonso, no norte da Bahia, onde trabalhou como jornalista responsável pelo Jornal Catedral. Um ano depois, muda-se novamente, desta vez para atuar na área do jornalismo científico, no Instituto de Pesquisa Xingó, cobrindo pautas entre as cidades de Piranhas (AL) e Canindé do São Francisco (SE), por aproximadamente um ano, antes de resolver seguir carreira acadêmica.
Antes de se tornar professor na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Anaelson lecionou em outras instituições de ensino superior do estado. Em 2001, foi selecionado para ser professor substituto na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, ministrando, principalmente, disciplinas ligadas à produção radiofônica, no curso bacharelado de Rádio e TV. Ele é um dos fundadores do projeto de rádio experimental do curso, o RADICOM, que, posteriormente, originou a Rádio UESC, ativa até hoje.
Em 2004, ele se desvincula da UESC para ser professor em Vitória da Conquista, no curso de Jornalismo da Universidade do Sudoeste da Bahia (UESB), onde atuou como coordenador do laboratório de rádio, embora atuasse mais como professor das disciplinas sobre narrativas e gêneros jornalísticos. Apenas em 2011, ele chega ao curso de Jornalismo em Multimeios da UNEB, em Juazeiro-BA, como professor colaborador. Mesmo ainda na UESB, viajava aos sábados para ministrar aulas na cidade, além de participar da vida acadêmica do curso, como da 1ª Edição do Encontro de Comunicação do Vale do São Francisco (ECOVALE), quando ofertou uma oficina de rádio.
Anaelson passa a integrar o quadro efetivo de docentes da UNEB, em julho de 2012, quando sua remoção da UESB é oficializada. Era um momento bem específico, diversos professores do curso de Jornalismo em Multimeios, entraram de licença para o mestrado e doutorado.
Anaelson, que já era Mestre, passa a substituir os docentes nas disciplinas e nos projetos, é assim que ele chega na Agência MultiCiência, onde permanece como coordenador entre os anos de 2013 e 2014, enquanto a professora Andréa Cristiana Santos estava em seu doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A MultiCiência no São João de Campina Grande
Durante o período em que coordenou a MultiCiência, realizou uma das coberturas mais marcantes da agência - o São João de Campina Grande -, por meio de uma parceria com o “Projeto Repórter Junino”, coordenado pelo professor Fernando Firmino da Universidade Federal da Paraíba (UEPB).
Equipe da MultiCiência nos bastidores da cobertura do São João de Petrolina em 2014.
Na imagem, os estudantes Clau Marques, Augusto Jackson, Brena Rayane e Fabiana Silva com o professor Anaelson Leandro
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| Foto: Arquivo |
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| Foto: Karlla Ferreira/Repórter Junino |
“Foi uma experiência muito boa, produzimos matérias. Penso que a MultiCiência, apesar de ter essa palavra-chave ciência, como mais forte, a gente considera também a questão cultural.” afirmou o professor, relembrando a cobertura.
Além da cobertura do São João em Campina Grande, durante seu tempo à frente da agência, Anaelson destaca a participação dos estudantes na cobertura de outros grandes eventos da região - tradição da MultiCiência - como a maior feira de fruticultura irrigada da América Latina, a Fenagri, que também contou com as reportagens da agência. “O importante era não deixar a MultiCiência diminuir o ritmo de produção, com a ausência da professora Andréa, que é a iniciadora. Então, demos continuidade ao projeto, mesmo com outra cara”, destaca o professor.
Hoje, aquele menino que um dia viajou ouvindo o rádio ensina novas gerações que, no futuro, farão outras pessoas viajarem pelas mesmas frequências que, sem que ele planejasse, acabaram traçando o roteiro da sua vida.
Por João Pedro Saraiva, estudante de Jornalismo em Multimeios na Uneb e colaborador da Agência de Notícias MultiCiência.


