Peças de carros, parafusos e maquinários enferrujados tornaram-se a obra prima do escultor Robson Marques, um encantado pelo reaproveitamento do metal que criou sete esculturas a partir de sucatas encontradas em lixões e garagens de Jaguarari. Em 2003 quando trabalhava com mineração, ele passou a conviver com esses materiais e, fascinado, dedicou-se à construção das peças. ”Esses trabalhos enfatizam o reaproveitamento, a busca de um fim para aquilo que parece não ter. Há tantas possibilidades de criação com os elementos de metal, o inútil surge magnificamente com formas e sentidos”, conta Robson.
Além da diversificadas formas em metal, a pintura a óleo também conquista olhares através das treze telas de autoria do artista Clécio Gonçalves. Cores frias e tons escuros são pincelados com precisão a partir da técnica impressionista italiana chamada “Lá Prima”, cujo artista não utiliza esboço, apenas traça vigorosamente o que vem à primeira vista. Criações como “A respeito do Mal”, “Caminho dos Homens” “Bosco” procuram revelar um mundo introspectivo, os estados de solidão e os aspectos atuais de extrema ambição e selvageria humana.
A exposição “Janela de um lugar” estará aberta para visitação das 13h às 21h, de terça à domingo na Casa do Artesão, localizada na Avenida Raul Alves, s/n, Santo Antônio, orla nova de Juazeiro-Ba.
Por Juliane Peixinho (texto) e Aline Sampaio (foto). Matéria publicada com exclusividade no Jornal Gazzeta do São Francisco, edição de sábado (25/09).