No debate, pesquisadores da região e comunidade acadêmica buscaram indicar intervenções para o campo de pesquisa com comunidades tradicionais (quilombolas e fundo de pasto) e regiões atingidas pela transposição do rio São Francisco.
A pesquisadora do Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica, da Universidade Estadual do Ceará, Andrea Cavalcante, apresentou alguns problemas ligados à transposição. Segundo a pesquisadora e especialista em dinâmica fluvial em áreas semiáridas, 70% da água será utilizada para abastecer o agronegócio, 26 % será destinada a área urbana e industrial e 4% para as demais áreas.
Outro aspecto importante é o processo de desterritorialização dos povos das comunidades atingidas. Por isso, a pesquisadora propõe investigar e compreender as formas de luta e resistência dos grupos que sofrerão impacto a partir da transposição. “A ideia geral do trabalho é tentar trazer um pouco dessa compreensão, como essas comunidades têm resistido, qual é a concepção delas frente a essas mudanças, as propostas, tentar entender um pouco desse cenário que vem ser a transposição para esse povo que está sendo desapropriado”, explicou a professora.
O evento se encerrará amanhã com palestra sobre Educação Geografia e Arquitetura articuladas às redes ambientais, posicionando a temática da territorialidade e convivência com o semiárido como ponto central nas discussões.
Texto e foto de Esther Santana, estudante de Jornalismo em Multimeios