O Maviel poeta sabe bem dominar o valor de cada gênero, assim, consegue separar os versos do cordel e mergulhar nas narrativas livres da crônica pelas mãos do Maviael cronista, bem também sabe mirar o universo do conto. Independente do gênero, no seu papel de escritor, justo em meio ao caos do antes e durante a pandemia, o autor se debruçou na construção de seu novo livro: O Espelho dos Girassóis que será lançado virtualmente na próxima quinta-feira, dia 29 de outubro, e já ganha a estrada rumo aos leitores.
Em tempos de problemas históricos com a memória, o livro é um tapa de luva no cenário em que vivemos e ao mesmo tempo provocador com seus personagens em movimento numa narrativa intensa que mapeia o túnel do tempo através de diálogos memorialísticos. O autor trafega pela rota dos personagens da narrativa e envolve os leitores, diante uma viagem nos campos da memória alinhavando os labirintos do passado com picos de lucidez no presente.
Na linha de frente, está uma mulher que penetra no corredor de um espelho e, daí em diante, a história começa com sua construção literária psicologicamente tensa, no encalço do elenco de personagens envolventes a cada instante de diálogos.
Para referendar a complexidade de O Espelho dos Girassóis, Maviael Melo conta com o olhar abrangente do escritor e compositor paraibano Bráulio Tavares. O jornalista e também escritor Franklin Martins, para quem a história da primeira a última página é surreal, lapida um olhar atento sobre a narrativa.
"O livro conta um pedaço da história recente do Brasil, com o auxílio de uma orquestração de efeitos: o lirismo, o humor, a sensação de envelhecer, a insegurança de ser jovem, o medo da morte, o enfrentamento do perigo", descreve Martins
Bráulio Tavares, sempre antenado com a atmosfera das coisas e gente do Nordeste escreveu que "a viagem na memória é o que o poeta Maviael Melo propõe, com a viola da prosa, pelos labirintos do passado, do presente e do futuro, seguindo um grupo de personagens marcantes".
O Brasil também se faz presente na história de forma real, como que em carne crua em meio ao "lirismo, humor, sensação de envelhecer, insegurança de ser jovem, o medo da morte, o enfrentamento do perigo". O Espelho dos Girassóis é um livro que deve ser lido com atenção para se entender que na pandemia que assola o mundo os personagens da vida real são por mera coincidência semelhantes aos da ficção.
Na ótica de Bráulio, "a viagem na memória é o que o poeta Maviael Melo nos propõe com a viola da prosa, pelos labirintos do passado, do presente e do futuro, seguindo um grupo de personagens marcantes. Uma mulher penetra no corredor de um espelho e, daí em diante, os novelos do tempo se emaranham. Presenciamos amores, mortes, crimes, resgates mirabolantes, perseguições cruéis, enigmas cifrados. Num calidoscópio de peripécias onde basta um passo para estar num tempo diferente, Maviael conta um pedaço da história recente do Brasil, com o auxílio de uma orquestração de efeitos: o lirismo, o humor, a sensação de envelhecer, a insegurança de ser jovem, o medo da morte, o enfrentamento do perigo.
Cada leitor poderá compreender os vários espelhos que a vida oferece a cada personagem, conforme o encaixe psicológico de cada um. Os diálogos é que darão o norte de cada criatura
Coluna Texto ao Texto (Letras e sons) por Emanuel Andrade, jornalista, professor do curso de Jornalismo em Multimeios e Doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP).