Instituições de ensino público de Petrolina-PE e Juazeiro-BA são beneficiadas pelo Programa Mais Ciência na Escola

MultiCiência 14 julho 2025
Instituições de ensino público de Juazeiro-BA e Petrolina-PE participaram do lançamento do Programa ‘Mais Ciência na Escola’ com a presença da Ministra do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, na última sexta-feira (11/07). A iniciativa do governo federal faz parte da política de popularização da ciência e lançou o programa no Instituto Federal de Pernambuco, Campus Petrolina, além de inaugurar o Laboratório Maker na Escola Paulo Freire, em Petrolina, e no Colégio Democrático Estadual Professora Florentina Alves dos Santos (CODEFAS), em Juazeiro.
Ministra Luciana Santos demonstra confiança no programa nas regiões de Petrolina e Juazeiro. FOTO: João Pedro Tínel.

O ‘Mais Ciência na Escola’ tem como objetivo a implantação de Laboratórios Maker em escolas públicas voltados para o letramento digital, além de contar com atividades de robótica, automação, design, fabricação digital, internet das coisas e ciências ambientais e sustentabilidade. O programa é uma parceria entre Ministério da Educação (MEC), MCTI e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e seu financiamento é executado pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) com um investimento de R$100 milhões.

A ministra Luciana Santos explica que, através do ‘Mais Ciência na Escola’, o Estado se aproxima mais da educação, implementando novas ferramentas para ensinar o estudante a dominar tecnologias disruptivas. “Estamos passando por uma grande revolução tecnológica e nós queremos que, desde cedo, o nosso estudante esteja ambientado com o letramento digital, com a internet das coisas, com robótica e automação. Adequando as cadeias produtivas as vocações econômicas de cada região”, complementou.

Para o reitor do IF-Sertão PE, Jean Carlos de Alencar, o programa integra uma nova forma de participação do estudante na escola e na ciência, fazendo a ponte entre pesquisa, extensão e inovação com o aluno. “Todo processo de ciência é um processo de transformação. Eu só tive acesso ao Lattes perto do fim da minha graduação, mas hoje, a minha filha que está no ensino médio já tem um currículo Lattes e procura participar e se cadastrar em projetos da CNPq”, declara o reitor após o lançamento do programa.

A iniciativa também integra a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas e os laboratórios serão acompanhados de planos de atividades, formação de professores e bolsas para professores e estudantes, fortalecendo a parceria entre escolas e instituições científicas, tecnológicas e de inovação. Nessa perspectiva, o Programa visa apoiar o desenvolvimento de competências previstas na BNCC Computação, da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), além de fortalecer a implementação da educação digital, definido pela Política Nacional de Educação Digital (PNED) e contribuir para a qualificação, diversificação e expansão do tempo escolar por meio da aprendizagem baseada em investigação, experimentação científica e abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática).
Estudantes do Colégio Estadual Pedro Raymundo Moreira Rêgo ao lado da Ministra Luciana Santos. FOTO: João Pedro Tínel.

 
Estudantes das Escola Municipal de Tempo Integral Paulo VI, em Juazeiro, e Escola Municipal Dr. Luiz Viana Filho, em Senhor do Bonfim.
 
Na Bahia, o programa é gerido pela Fiocruz Bahia (Instituto Gonçalo Moniz) através da Rede Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Inovação em Territórios Escolares (REDE - ICTITE). O estado vai receber 90 laboratórios em todo o território, sendo 7 deles em Juazeiro. A Rede - ICTITE vai reunir mais de 50 pesquisadores, 90 professores e 900 estudantes do ensino fundamental e médio, na condição de bolsistas, em 51 municípios da Bahia. O projeto baiano é coordenado por Antonio Brotas, pesquisador e gestor da Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz no estado.

Em Juazeiro, norte da Bahia, a inauguração do Laboratório Maker no Colégio Democrático Estadual Professora Florentina Alves dos Santos (CODEFAS) também contou com a presença da Ministra Luciana Santos, além de professores, estudantes, gestores escolares e representações políticas. Em entrevista ao MultiCiência, a ministra falou da expectativa sobre o futuro do programa e dos estudantes nas escolas de Juazeiro e da Bahia. “A Bahia foi o primeiro estado que foi lançado Mais Ciência na Escola, é esse tipo de iniciativa que vai fazer a juventude se interessar pela ciência, a ter curiosidade, a criar e solucionar os diversos problemas do dia a dia de cada um”.
Ministra Luciana Santos inaugura Laboratório Maker no CODEFAS. FOTO: João Pedro Tínel.

Um dos coordenadores do Programa ‘Mais Ciência na Escola’, Felipe Novaes, explica que cada escola recebe um laboratório dedicado às especificidades e necessidades da instituição, sendo cada um deles único, mas com o mesmo objetivo. Essa escolha é realizada pelos professores e gestores da escola e instituições parceiras em projetos com a instrução e auxílio da coordenação do programa. No CODEFAS, a seleção dos kits de ferramentas foca na robótica, produções midiáticas e modelagem e contam com impressoras 3D, Drones para filmagem, equipamentos de marcenaria, cortadora laser computadorizada e entre outros recursos.

Para a coordenadora do Clube de Ciências do Colégio CODEFAS, Professora Vanessa Chaves, o programa é um potencializador de se fazer ciência na escola, trazendo equipamentos tecnológicos que vão ajudar nos projetos e disciplinas e, principalmente, no aprendizado dos alunos. “É um salto qualitativo para o que a gente já vem fazendo aqui, então essas parcerias fortalecem e expandem para além do muro da escola, atingindo diretamente a comunidade”, concluiu.
Ministra Luciana Santos usa bóton do MultiCiência durante entrevista à Agência de Notícias MultiCiência. FOTO: Aylla Bomfim.

Os Laboratórios Maker do Mais Ciência na Escola também serão implementados em 75 em escolas públicas de Pernambuco e vai atender quatro regiões de desenvolvimento do estado: Sertão do São Francisco (nos municípios de Petrolina, Afrânio, Lagoa Grande, Orocó, Parnamirim e Cabrobó), Sertão Central (Salgueiro, Cedro e São José do Belmonte), Sertão do Pajeú (Afogados da Ingazeira, Calumbi, Carnaíba, Flores, Quixaba, Tabira e Triunfo) e Sertão de Itaparica (Floresta, Jatobá, Carnaubeira da Penha, Itacuruba, Belém de São Francisco e Tacaratu).

Entre as 75 escolas, 50 são municipais e 25 estaduais. Dessas, apenas uma instituição de ensino é somente de nível médio, com as demais contemplando o ensino fundamental, além de 20 delas estarem localizadas na zona rural, 5 são quilombolas e 8 são indígenas.

O evento de lançamento e inauguração ainda contaram com a participação de instituições públicas e representantes do Colégio Estadual Agostinho Muniz - Diretor Robério Granja, Colégio Estadual Pedro Raymundo Moreira Rêgo - Diretor Mabio Dutra, Escola Municipal de Tempo Integral Paulo VI - Diretora Francisca Oliveira, Complexo Integrado de Educação Básica Profissional e Tecnológica da Bahia (Rui Barbosa) - Lucimone dos Santos Lopes Bruno e a Escola Municipal Dr. Luiz Viana Filho, em Senhor do Bonfim - Diretora Joseane Oliveira. Essas instituições também são participantes do programa.

Por João Pedro Tínel, estudante de Jornalismo em Multimeios e colaborador do MultiCiência.