Barack Obama, o pop star

. 18 novembro 2008
No processo de eleição interna do Partido Democrata norte-americano, uma estrela com currículo familiar despontava no horizonte como a solução do problema eleitoral, porém o jovem e desconhecido – até então – senador Barack Hussein Obama Junior, atrapalhou o circuito. Na prévia democrata mais conturbada dos últimos anos, o sentimento de mudança superou o saudosismo político. O senador pelo estado Illinois venceu a também senadora e ex- primeira dama Hillary Clinton.

A senadora que tinha seu planejamento de campanha focado na gestão do ex- presidente Bill Clinton e no pioneirismo de uma mulher no comando, viu esvair pelas suas mãos o seu sonho de se tornar presidente dos Estados Unidos. Depois de oito anos de um governo que não superou as expectativas e colocou a maior nação político-econômica no mundo em crise, a população foi atraída pela novidade apresentada pelo senador afro- americano.

Barack Obama filho de pai queniano e de mãe Nasceu em Honolulu, no Havaí, e foi criado entre os Estados Unidos e a Indonésia, conhece tanto os cenários do poder e dos privilegiados nos Estados Unidos, como os bairros mais pobres. Depois de ter sido escolhido pelos democratas para a corrida presidencial, o jovem político enfrentou o velho de guerra John McCain, senador pelo Arizona lutou na Guerra do Vietnã, onde foi mantido prisioneiro e torturado, McCain representava a situação atual do país, já que ele foi o candidato do presidente George Bush, apesar de mascarado com novas ideias e projetos acoplados pela governadora/celebridade do insosso estado do Alasca Sarah Palin. Apesar desse aparelhamento, o soldado perdeu a guerra.

As eleições tiveram a maior participação popular dos ultimos tempos, uma vez que as elrições nos Estados Unidos é um direito facultativo, ou seja a votação não é obrigado como no Brasil. O produto da midia Barack Obama, que utilizou a comunicação como arma fundamental em sua campanha escreveu uma nova forma de fazer campanha e foi eleito com a maioria dos delegados do colégio eleitoral. Depois do resultado final e da consagração do primeiro negro governando a potência magna do capitalismo mundial, muitas expectativas foram realizadas a exemplo do sonho de Martin Luther King, que sonhava que todos seriam iguais e seriam reconhecidos pela sua dignidade e não pela cor da sua pele.

Uma nova política internacional, um melhor relacionamento com o Oriente Médio e a desocupação de tropas americanas no Iraque, a solução da crise mundial, foram dadas como expectativas a Obama, considerado o Salvador da Pátria. Porém devemos salientar que este new heros é americano – como todos os outros que povoam ou povoaram nossas historias em quadrinhos – ele teve a educação norte – americana, onde o nacionalismo exacerbado, a supremacia estatal é cultuada e permeia o sistema educacional dos pais e assim é incontida nos cidadãos.

Não vamos esperar ações surpreendentes e inovadoras do novo presidente. Os interesses norte - americanos irão nortear as atitudes do governo Obama. A crise será superada com todo o esforço de excelentíssimo chefe da Casa Branca, pois se ela continuar o maior prejudicado será o próprio quintal. A política internacional será mantida para atender as conveniências capitalistas, contudo, desta vez terá como interlocutor um belo sorriso e a simpatia provavelmente oriunda dos genes africanos.

A desocupação do Iraque não vai ocorrer no máximo será gradativamente flexibilizada em virtude das promessas de campanha, mas lembremos a guerra não é contra o povo iraquiano, e sim a demarcação de terreno, terreno este fértil, regado a ouro negro, objetivo principal e claro da invasão. Esta situação reflete diretamente no Brasil, país com nenhuma ligação com Barack ao contrário de McCain que, por vezes, citou o nosso país. Obama não nos deu nem R$ 0.05 cents de ousadia.

Sugiro ao presidente Lula, que tire seu jegue do toró, em relação às taxas de embargos, aos incentivos fiscais protecionistas e principalmente à menina dos olhos de ouro do governo o etanol brasileiro – quero reescrever essa frase a menina da lente de ouro -, pois estamos falando de política externa e os olhos do governo brasileiro estão voltados para o PAC e sua “genitora” a ministra Dilma Russef . No plano de governo Obama, não há menção em nenhum momento do “grande invento” tupiniquim.

Agora? Resta nos esperar pela administração do pop star de sangue negro que chegou à presidência.

Por Welington Dias