Secretaria de Acessibilidade de Petrolina é a segunda do país

. 19 fevereiro 2009

A Prefeitura Municipal de Petrolina criou um núcleo específico de acessibilidade. A Secretaria é a segunda no país, a primeira está localizada em Porto Alegre. O núcleo vai atuar interligado às Secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social, Infra-estrutura e Setor de transporte. Os diretores irão buscar projetos de inclusão da pessoa com deficiência e com mobilidade reduzida nestes cinco aspectos sociais.

“A idéia da Secretaria é realizar campanhas de sensibilização da comunidade, de prevenção na área da saúde, garantia de aprendizagem e permanência regular nas escolas para as pessoas com deficiência, além de programas de ocupação e geração de renda”, explicou o gerente do núcleo de acessibilidade, Marcos Souza Conceição.

Para o professor Hélio de Araújo, a idéia do núcleo de acessibilidade funcionar em ação com as outras secretarias é relevante e pode obter êxito. O professor, de 46 anos, ficou tetraplégico depois de um acidente de moto. Segundo ele, a maior dificuldade que encontrou durante a recuperação do acidente foi conviver com o preconceito da sociedade numa época em que todo mundo enxergava a pessoa com deficiência como um doente.

Em Petrolina, não existe um registro oficial do número de deficientes. Por este motivo, a Secretaria de Acessibilidade prepara um cadastro para mapear e quantificar os deficientes do município. Paralelo a esta campanha, outra ação é fomentar a inserção de alunos com deficiência na escola pública.

Na cidade, nenhuma escola regular é preparada para receber crianças com qualquer tipo de deficiência. De acordo com o professor Hélio, essa situação melhorou nos últimos três anos. Algumas capacitações são realizadas pelo governo e alguns livros foram produzidos pelo Ministério da Educação - MEC para orientar os professores de forma a prepará-los para lidar com as limitações das crianças com deficiência. “Para isso funcionar realmente, os professores precisam ser parceiros na área de inclusão. Eles têm que olhar para uma criança deficiente vendo o potencial que ela tem para ser desenvolvida”, afirmou o professor.

O gerente do núcleo de acessibilidade esclarece que há muito a ser feito, pois ainda é muito precária a questão de rampas de acesso, calçadas, faixas de pedestres e sinalizações na cidade. “Nós temos que conquistar a população e distribuir a idéia que é importante tornar acessível. Esse é o primeiro passo. A gente não tem mais tempo para esperar e fazer por etapas o trabalho, e sim conciliar as ações em tempo hábil”, finalizou Marcos Souza.

Por Luciana Passos
Fotos Paloma Aime