Preservação do meio ambiente requer ações de educação ambiental

. 05 junho 2009

Uma enorme quantidade de lixos, como sacos, copos e garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros em geral, papéis e papelões, é descartada todos os dias no meio ambiente. Em muitas cidades brasileiras, o consumo dos resíduos é grande, tornando os recursos naturais insuficientes. Em Petrolina, mais de 250 litros de esgoto sem tratamento são jogados hoje no rio São Francisco.

É o que afirma o ambientalista e gerente de Educação Ambiental de Petrolina, Vitório Rodrigues. Para o especialista, somente através da educação ambiental é possível mudar os hábitos de produção e consumo da população para padrões sustentáveis. “Não adianta fiscalizar, multar os infratores e não realizar um trabalho de base, com a educação ambiental”, explicou.

Preocupada com a questão ambiental, a Escola Estadual Otacílio Nunes, em Petrolina desenvolve, desde março, o projeto "O meio ambiente começa no meio da gente". A professora de Biologia, Eliziane Gama, explica que o objetivo é conscientizar os alunos do ensino fundamental sobre o papel que eles desempenham como parte integrante do ecossistema. Três palavras norteiam o trabalho: limpar, transformar e conservar.


Nesta semana do meio ambiente, a escola disponibilizou para os estudantes livros e revistas abordando o tema. Algumas séries ficaram responsáveis pela limpeza do colégio e fizeram cartazes que foram espalhados pela instituição. As crianças também produziram videos na disciplina Educação Ambiental.

Na região, algumas empresas e instituições já aderiram a idéia de combate ao desperdício. Em Petrolina, uma rede de supermercados realiza ações de conscientização e de incentivo aos hábitos sustentáveis. Duas vezes ao mês, vários pontos de iluminação da loja são desligados para diminuir os gastos de energia. “É uma forma de chamar a atenção do consumidor e dos funcionários para a importância da economia de energia”, afirmou a gerente administrativa, Solange Silva.

Outra iniciativa tem sido a venda de sacolas retornáveis. A ação visa substituir as sacolas plásticas - feitas à base de petróleo, material cuja queima é uma das grandes responsáveis pelo aquecimento global - pelas de algodão. Na cidade, por mês, já circulam cerca de 100 milhões de sacolas. As “ecobags” suportam até 37 kg, e são encontradas em supermercados, lojas ou farmácias. Os enfeites, pinturas, bordados e decorações agregam “graça” às bolsas ecológicas que podem também ser utilizadas diariamente como acessório.

A sustentabilidade também pode gerar renda. Na Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, o biólogo Roger Fazollo realiza, há dois anos, um projeto de coleta seletiva junto às cooperativas da região. A ação consiste em repassar todo o material reciclável ,utilizado na universidade, para esses catadores, que realizarão o processo de coleta e reciclagem. “A nossa idéia é fazer com que essas cooperativas passem a vender seus materiais diretamente para a indústria, e com isso consigam lucrar mais.”, afirmou. Além do projeto de reciclagem, o biólogo também realiza uma campanha interna, uma conscientização coletiva entre os funcionários da UNIVASF. A partir da próxima semana, o copo descartável será substituído por canecas. “ Além de separar e reciclar, é interessante pensar na redução desse material, já que não tem quem os recicle, devido ao alto custo do trabalho”, explicou o biólogo. A iniciativa é uma boa idéia para aqueles que desejam contribuir com o meio ambiente.

Por Luciana Passos (texto) Ilana Copque (fotografa)