A Agência MultiCiência publica neste post um artigo publicado pelo cantor Luiz Galvão, filho de Juazeiro, que conquistou o reconhecimeto musical pela poesia da beira de rio entoada pelos Novos Baianos. Hoje, dia 29 de novembro, Galvão se apresenta no Centro de Cultura João Gilberto no encerramento do Festival Edésio Santos, promovido pela Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. Este artigo do Berro D´Água foi gentilmente cedido pelo Acervo Maria Franca Pires, localizado no Departamento de Ciências Humanas, DCH, UNEB. O crédito da matéria, portanto, é de O Berro D´Água, jornal que circulou na década de 80 em Juazeiro.
FALAM POETAS
Juazeiro, a terra tem poesia, talvez para compensar a falta de chuva. A terra ama poemas e nascem outros frutos. O nome é poético e musical mais que 90% das cidades distritos e bairros de nosso Brasil. Vou mais além, soamos melhor que o Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Porto Seguro. A poesia vem para confundir... Juazeiro do Norte não é tão musical quanto nós. Talvez percamos apenas para Salvador/Bahia, Itapoá e Amaralina.
Não sei quando começou a poesia na beira desse rio, do lado de cá, onde as palhas do coqueiro e bananeiras fazem chuá e a água beija o cais e trepa nele e algumas vezes beija os pés do povo indo até a prefeitura e adjacências. Sei que deve ter sido num fim de tarde-por do sol ou no amanhecer porque o sol nasce ali por cima de Agronomia e se põe no Rodeadouro. Todos sabem que a lua nasce em Petrolina que é outra menina que também tem nome bonito e musical. As duas cidades formam um par como o dia e a noite numa poesia musical sobre o rio azul e as vezes barrento
A poesia de Pedro Raimundo, universal em gênero, número e cor. Um poeta preciso arquitetando as palavras quer concreto e abstrato. No trato com as palavras, Dó Drumond. Um requintado humor. Um lirismo jamais visto por meus olhos. Um mestre. O poeta do Angari Euvaldo Macedo Filho. Uma vida poética. Curta mais registrada através de sua dedicação em vida. Euvaldo tinha os olhos de poesia e via os melhores ângulos de uma flor ou de um fato.
José Eurico com sua poesia cheia de humor e irreverência. Um filósofo na prática e que as vezes vai filosofar na praça como aconteceria na Grande Grécia. Sua linha é a estrada que passa pelo núcleo do planeta. Um mestre.
Mauriçola poeta musical e por ser da música seu tema preferido é o amor e a paixão, coisas do ser humano e adorando rara beleza com um arranjo de estrelas, lua, rio, chuva e azul céu. Dádivas da natureza.
A importância da poesia de Manuka. Manuka é telegráfico com seu mini poema, cabendo, numa camiseta ou numa caixa de fósforo. Manuka é poeta da praça de Juazeiro.
Há outros poetas que eu não falei por não conhecer seus versos. Há um poeta de antiga obedecendo todas aquelas rimas, o Dilton Libório, que me mostrou alguns poemas de ótima construção. Babá que é de Curaçá e vive entre nós que já me mostrou seus e de D. Zita de Petrolina que é das melhores pérolas poéticas que Petrolina nos deu além de Geraldinho Azevedo. Tem ainda Josias com publicações em antologias poéticas editadas em Salvador. Estes foram os que mais de destacaram e por isso fotografei mais sei que há outros porque a respiração de Juazeiro é poética. Há outros que nunca escreve.
Por Luis Galvão para O Berro D´Agua, edição de 20/02 a 20/03 de 1989.
FALAM POETAS
Juazeiro, a terra tem poesia, talvez para compensar a falta de chuva. A terra ama poemas e nascem outros frutos. O nome é poético e musical mais que 90% das cidades distritos e bairros de nosso Brasil. Vou mais além, soamos melhor que o Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Porto Seguro. A poesia vem para confundir... Juazeiro do Norte não é tão musical quanto nós. Talvez percamos apenas para Salvador/Bahia, Itapoá e Amaralina.
Não sei quando começou a poesia na beira desse rio, do lado de cá, onde as palhas do coqueiro e bananeiras fazem chuá e a água beija o cais e trepa nele e algumas vezes beija os pés do povo indo até a prefeitura e adjacências. Sei que deve ter sido num fim de tarde-por do sol ou no amanhecer porque o sol nasce ali por cima de Agronomia e se põe no Rodeadouro. Todos sabem que a lua nasce em Petrolina que é outra menina que também tem nome bonito e musical. As duas cidades formam um par como o dia e a noite numa poesia musical sobre o rio azul e as vezes barrento
A poesia de Pedro Raimundo, universal em gênero, número e cor. Um poeta preciso arquitetando as palavras quer concreto e abstrato. No trato com as palavras, Dó Drumond. Um requintado humor. Um lirismo jamais visto por meus olhos. Um mestre. O poeta do Angari Euvaldo Macedo Filho. Uma vida poética. Curta mais registrada através de sua dedicação em vida. Euvaldo tinha os olhos de poesia e via os melhores ângulos de uma flor ou de um fato.
José Eurico com sua poesia cheia de humor e irreverência. Um filósofo na prática e que as vezes vai filosofar na praça como aconteceria na Grande Grécia. Sua linha é a estrada que passa pelo núcleo do planeta. Um mestre.
Mauriçola poeta musical e por ser da música seu tema preferido é o amor e a paixão, coisas do ser humano e adorando rara beleza com um arranjo de estrelas, lua, rio, chuva e azul céu. Dádivas da natureza.
A importância da poesia de Manuka. Manuka é telegráfico com seu mini poema, cabendo, numa camiseta ou numa caixa de fósforo. Manuka é poeta da praça de Juazeiro.
Há outros poetas que eu não falei por não conhecer seus versos. Há um poeta de antiga obedecendo todas aquelas rimas, o Dilton Libório, que me mostrou alguns poemas de ótima construção. Babá que é de Curaçá e vive entre nós que já me mostrou seus e de D. Zita de Petrolina que é das melhores pérolas poéticas que Petrolina nos deu além de Geraldinho Azevedo. Tem ainda Josias com publicações em antologias poéticas editadas em Salvador. Estes foram os que mais de destacaram e por isso fotografei mais sei que há outros porque a respiração de Juazeiro é poética. Há outros que nunca escreve.
Por Luis Galvão para O Berro D´Agua, edição de 20/02 a 20/03 de 1989.