Poesia

. 13 dezembro 2009
Um leitor do MultiCiência nos encaminhou um belo poema, no qual brinca com as palavras e os sentidos que elas nos provocam. O poema não tem título, bem ao estilo de Fernando Pessoa e o brasileiro Manoel de Barros. O poema revela o futuro de um comunicador que sabe lidar com as palavras.

Convenção mais aborrecida,
ter que viver só em si
Prefiro viver nos outros.


Lembranças integrantes;
histórias,
ventos construtores;
percursos,
sentimentos escultores;
semblantes.


Convenção mais egoísta,
ter que aprender só para si
Prefiro aprender nos outros.


Experiências integrantes;
histórias,
sabedorias construtoras;
percursos,
vivências escultoras;
semblantes.


Convenção mais idiota,
ter que obedecer para ninguém
Prefiro escapar de mim.
Ando,
provo,
conheço.


Violento sem quebrar marcas
sem magoar nada
sem deixar ninguém.
Ser etéreo em existências,
invado, quebro, magoo, deixo
e desconvidado, comparo o dentro e a face.


E observo
e absorvo.
Disfarço que existo em mim,
jogo forçado e fujo,
prefiro o desconhecido.
Minha existência é o longe.


Um Cara Ae