Professores dizem o que pensam sobre a Greve

. 17 junho 2010

Desde a última quinta-feira (10), os professores da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) estão em greve, ainda, por tempo indeterminado. O movimento que reivindica, principalmente, a incorporação das Condições Especiais de Trabalho (CET) aos seus salários, além de outros tópicos como autonomia da Universidade, progressão e promoção à carreira e regime de trabalho, divide a opinião de alunos, funcionários e, claro, professores.

Através de depoimentos, os professores do Campus III apresentam e discutem suas opiniões a respeito da paralização na Universidade.


“A reflexão que a greve proporciona é enriquecedora, embora sujeita às dificuldades decorrentes do jogo da correlação de forças políticas: quem tem mais força impõe decisão para o outro! E, se eventualmente em um dado momento, decidirem pelo retorno das atividades, que isso seja feito coletivamente. Eu entendo que é na greve que os trabalhadores amadurecem, crescem e refletem sobre a sua situação na sociedade e o seu papel a desempenhar no processo de ensino e aprendizagem. Então, para mim a greve é como um instrumento de luta estratégico e relevante para o movimento docente.” - JúlioTorres, Docente de Direito - DTCS - campus III


“As reivindicações são importantíssimas, mas não acho que, hoje, a greve seja o instrumento mais apropriado e mais efetivo para a questão salarial. Existe uma sequëncia de anos que a greve só prejudicou, principalmente os professores com o acúmulo de trabalho quando a greve termina. Eu acho que os próprios professores, com este instrumento, estão se martirizando. Estamos há quase quatro anos tentando ajustar este calendário acadêmico e logo nesse semestre que a gente estava prestes a colocá-lo em dias acontece isso.” - Edonilce Barros, Docente de Pedagogia - DCH - Campus III


Eu acho que do jeito que a gente está (com salários desvalorizados), greve é importantíssimo. O problema é que essa greve esta mal-localizada no tempo no sentido de estarmos em época de Copa do Mundo e São João que é um período inadequado. Além disso, o modo como ela foi deflagrada é um período inseguro que deixou a greve fragilizada.” - Josemar Martins (Pinzoh), Docente de Pedagogia e ComunicaçãoSocial - DCH - Campus III


“Talvez não seja o fato de ser favorável ou não à greve, porque a gente reconhece os pontos pautados sejam legítimos. A nossa preocupação é de como a gente acaba se inserindo neste contexto, de forma que ao retornar, nós teremos que obedecer a um calendário apertado que compromete a vida dos professores e dos alunos e cria um certo desconforto.” - Maisa Antunes, Docente de Pedagogia e Comunicação Social - DCH - Campus III



Por: Gabriela Canário

Fotos: Natália Carneiro e Agência Multiciência