Ventre Noturno e outras poesias

. 19 junho 2010
A literatura e o jornalismo sempre produziram um diálogo fértil, criativo e que pode traduzir a humanidade do ser e o lirimos poético diante do real. Alguns estudantes de Comunicação Social produzem contos, crônicas e poesias. Um dos estudantes que gosta de explorar essa criação tão próxima do sublime é Jânio Fãbio, aluno do 4o período, que exercita a poesia há bastante tempo. Algumas delas, ele nos autorizou a publicar. Aproveitem!

VENTRE NOTURNO

A noite dá a luz
o dia
E assim o sol nasceu
Para matar o breu
Que a todos afligia!


Todavia, não estávamos acostumados
À tal claridade e por este motivo
Fechamos os olhos, encandeados
À espera da noite, cativos!


Daí ao dia
O que é do dia
Daí a trova
Às trevas
E tereis uma poesia!
(Jânio Fábio)



QUANDO A PAIXÃO AFLORA
Nos jardins da infância, caminho
Encontro uma rosa dos ventos, reles!
Sempre nos ferimos nos espinhos
Quando estamos à flor da pele!
(JF)

SUJEIÇÃO
Fizeram-me, de modo ímpar
Uma lavagem cerebral
Mesmo eu estando com a consciência limpa
Isto não é um pouco paradoxal?

O sujeito da oração
Não sabia rezar
O amigo não era o “mano”
O humano, onde está?

“Apunhalou-me no peito
Fez do meu sangue, sua ceia”
Agora, pergunto: “onde está o sujeito?”

- ora, onde? Na cadeia!

O sujeito da oração
Não sabia rezar
Sem ter o que fazer
pôs-se a chorar!
(JF)



RIQUEZA
Eles sempre dizem
Que a vida é dura
E quanto mais repetem
Menos a vida dura

Pra mim, a vida é leve
E branca como a neve
Pois, o mais rico e contente
Não é aquele que mais bens possui
Mas, quem menos necessidade sente.
(JF)