Com uma carranca à frente, cortando as águas do Velho Chico e espantando os maus espíritos, as barcas que atracaram no cais de Juazeiro, no século XIX, trouxeram povos de diferentes partes do país. No século seguinte, a produção de uva ganhou destaque e impulsionou o desenvolvimento econômico da região. Homens e mulheres buscavam aqui a oportunidade de uma vida melhor. Hoje, a principal atração para as pessoas que escolhem esta terra para morar é a busca por ciência e educação. Professores e estudantes da Universidade do Estado da Bahia e da Universidade Federal do Vale do São Francisco contam como chegaram aqui e quais são suas impressões sobre a cidade.
Janedalva Gondim, professora universitária, Campina Grande-PB
“Eu vim morar aqui em Juazeiro em janeiro deste ano. Passei no concurso aqui na Univasf, fui chamada e vim para cá assumir. Só que na escolha da residência entre Petrolina e Juazeiro, porque eu tinha essa opção, acho que meu coração bateu mais forte pela Bahia. Decidi ficar em Juazeiro, tinha mais a ver comigo... o calor humano, as pessoas. Não que Petrolina não tenha isso. Gostei daqui, mas a falta de infraestrutura é sentida por quem está mais à margem do centro. Como eu moro no centro, tudo que eu preciso eu tenho. Farmácias, supermercados, hospital, porque eu também não pego ônibus, então eu não sei se demora muito, só sei que poderia ser melhorzinho porque ele não é tão confortável assim. Acho que pelo preço, ele poderia ter um investimento melhor.”
João Diego de Sá, estudante de Engenharia Elétrica, Salvador-BA
“Morar em Juazeiro foi uma oportunidade nova. Vim estudar em uma universidade com uma proposta nova de ensino. Na época, eu tinha passado no vestibular em Feira de Santana, mas era engenharia civil e aqui era engenharia elétrica, que era o que eu queria. Gosto da cidade, no início o calor incomodava, mas já me adaptei. Sinceramente, eu espero oportunidades de emprego, assim eu continuo na cidade.”
Amanda Araújo, estudante de Jornalismo, Campo Grande-MS
“Eu vim do Mato Grosso do Sul, moro aqui há três anos. Eu acho que a cidade é cheia de contrastes interessantes. Confesso que, quando cheguei em Juazeiro, me assustei um pouco e era bem resistente à ideia de continuar aqui. Ainda penso em voltar para o Mato Grosso do Sul, mas confesso que estou bem dividida, porque eu aprendi a gostar dos contrastes dessa terra.”
Macelle Khoury, professora universitária, Vitória da Conquista- BA
"Sou de Vitória da Conquista, moro aqui em Juazeiro há um ano desde que passei no concurso para a Uneb. Minha maior dificuldade de adaptação ainda é a diferença climática, porque eu venho de uma região muito fria e o calor daqui é muito intenso, o que tem atingido meu organismo. E em relação à cidade eu acho que tem muitas perspectivas de crescimento e um potencial econômico muito grande, mas acredito que falta vontade política para a cidade progredir mais."
Por Larissa Nascimento e Natália Carneiro
