Exposição procura registrar a alma de Juazeiro

. 30 julho 2010

Juazeiro tem mesmo alma, onde ela se encontra? Na arquitetura antiga de uma cidade que se originou às margens de um rio ou na imagem de um homem que se sustenta vendendo algodão doce? Essas são algumas das reflexões que o expectador pode fazer ao visitar a exposição “Alma de Juazeiro, um olhar sobre olhares”, em exibição até segunda-feira (02/08) , no Departamento de Ciências Humanas, da Universidade do Estado da Bahia..

Através de imagens fotográficas, a exposição procura trazer uma nova percepção de lugares como o coreto da Praça da Misericórdia, quase ignorado por todos que ali passam diariamente e, na imagem fotográfica, exibe luminosidade atraindo os olhares para si.

A exposição foi planejada durante as aulas das disciplinas Arte e Comunicação do curso de Comunicação Social-Jornalismo em Multimeios, e Arte e Educação, do curso de Pedagogia, ministradas pelo professor José Renner. Responsável pela curadoria do evento, ele diz que encontrou na fotografia uma inspiração para explorar a técnica de observar e sentir. Os alunos foram para as ruas da cidade de Juazeiro para captar as imagens com uma concepção diferente da observação do cotidiano, procurando demonstrar múltiplos olhares sobre o mesmo foco e fazer com que os espectadores sintam a cidade, olhem o que ela tem de mais belo e simples, interpretando-a de modo diferente. “Quando você interpreta, você cria”, diz Renner.

Além das fotografias, a exposição apresenta uma instalação na qual procura mobilizar os diversos sentidos do expectador, que é estimulado a sair do automatismo da vida cotidiana para apreciar um ambiente calmo, sensível, que permita maior percepção do que está ao seu redor. No espaço, se encontram uma mesa com duas cadeiras que nos remetem ao aconchego da casa da vovó, um porta-retrato digital, onde as fotos vão passando aleatoriamente, um MP5 onde podemos ouvir músicas de Luis Gonzaga e Chico Buarque. Para favorecer esse ambiente lúdico e íntimo, o visitante também pode deixar registrado as impressões em um caderno. “É mais um olhar a se somar, uma convergência de olhares”, diz Renner.

A exposição também é resultado do Projeto Transforma, coordenado por José Renner, e com a colaboração dos estudante de Jornalismo em Multimeios Isabella Mendes e Felipe Pereira.


Por: Lorena Santiago
Emerson Rocha (foto)