Francisco, meu velho

. 31 outubro 2010
Francisco, meu velho



Ao meu querido Rio São Francisco por ser tão doce altruísta.

Francisco
Em teu riso aquático
De peixe acrobático
Em meus olhos tem paisagem.

Francisco que me inunda
Num cisco idílico das ribeirinhas
Que te banham as roupas
E dos meninos que te alegram.

Escorregas fácil entre meus dedos, meus sonhos
E das casas que te arrodeiam
Ciranda ribeirinha dos homens-peixe.

Esta cidade sem ti, Francisco,
Seria fiasco tosco de vida
Seriam almas ensaboadas sem as doces águas do teu rio.

São ingratos contigo, meu amado Francisco
Pois te enchem de tristeza
Te secam tuas águas
E não vêem desmanchar-se o teu puro sorriso
Em tua vastidão líquida tão necessitante e tão necessária.

Belo serás para além do sempre, Francisco
Nas águas tuas que brotam em meus olhos
Pois são da mesma matéria as minhas lágrimas
Do mesmo doce amargo em estar triste
Rio acima, rio abaixo, rio de dentro, rio em mim.



Por Jaquelyne de Almeida Costa, Jornalista em Multimeios, poetisa e escritora