Jornalismo e Literatura no EcoVale

. 13 novembro 2010

Na programação do I Encontro de Comunicação do Vale (Ecovale), aconteceu ontem a mesa-redonda Jornalismo de Revista, Impresso e Literatura, com a participação da jornalista Emanuella Sombra, da Revista Muito, pertencente ao grupo A Tarde e, de Cícero Belmar, jornalista e escritor.

Belmar destacou a relação histórica do Jornalismo e da Literatura com a publicação dos folhetins e a influência dos escritores brasileiros nos jornais, e ressaltou a importância do jornalista ser prioritariamente um leitor para que possa desenvolver um bom texto. Belmar também discutiu a problemática da falta de espaço nos periódicos, com a redução progressiva do tamanho dos textos.

Emanuella Sombra falou sobre sua experiência com o jornalismo, desde quando foi estagiária, às sucessivas passagens nas editorias do jornal, trabalhando com hard news (notícias quentes, típicas do jornalismo diário) até a sua chegada na Revista Muito. Ela lembrou da necessidade de aperfeiçoamento do estudante que deve vivenciar diversas experiências. Para a repórter, só é possível conhecer o jornalismo com a prática.

Ao falar sobre a Revista Muito ao MultiCiência, Emanuella acredita que muitas pessoas se identificam mais com o suporte revista do que com o jornal, por exemplo. Dessa forma, o jornalismo de revista pode ter maior capacidade de mobilização social. “Acredito que existem diversas formas de se pensar a cidade e a vantagem da revista é possuir uma linguagem mais duradoura, afinal ela pode circular a semana inteira ou ficar guardada em casa e, mesmo assim, ainda ser lida.” Para a jornalista, mesmo havendo publicidade isso não significa que o texto deva ser desprezado, e a profundidade das matérias depende do modo como o repórter escreve seu texto.

Sobre as relações empresariais que muitas vezes limitam a aceitação e a produção de pautas, Emanuella comentou que “em qualquer veículo existe o limite de até onde podemos chegar porque existem interesses empresariais, porém o repórter deve procurar um lugar onde possa se sentir realizado.”

Por Helen Sampaio (texto) e Emerson Rocha( foto)