Passeata à luz de velas em defesa da universidade

. 06 maio 2011
Ao som de música e debatendo temas como autonomia universitária, professores e alunos vestidos de branco e carregando velas iniciaram a Noite da Vígilia, no entardecer da quinta-feira (05/05), no Campus III, da Universidade do Estado da Bahia.

O evento foi aberto pela professora Márcia Guena. A diretora do Departamento de Ciências Humanas, Aurilene Lima, e os professores Emanuel Ernesto, Cosme Batista, Jairton Fraga e Josenilton Nunes discutiram a importância da autonomia universitária.

Sobre a justificativa do Governo do Estado que afirma ter aumentado os investimentos nas instituições de ensino, o professor Jairton Fraga argumentou que “o dinheiro público quando empregado em educação não são gastos públicos, mas investimento. A educação reproduz, educação inclui e promove ascensão”.

Ele comparou ainda a aplicação dos recursos das universidades federais com as estaduais. Somente em setembro de 2010, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) investiu R$ 20 milhões em laboratórios, orçamento de 40 anos do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - DTCS. “O governo ainda quer cobrar da gente mais desempenho”, esclareceu.

Para o professor, o governo pretende que a universidade não discuta a autonomia universitária nem tampouco os problemas provocados pelo Decreto 12.583/2011, como a suspensão do direito do professor solicitar Dedicação Exclusiva (D.E) nos casos em que a instituição necessita, a fim de promover a pesquisa e a extensão. "Precisamos de autonomia para produzir ciência, e essa ciência é para todos!”, defendeu

Após a mesa-redonda, vestidos de branco, cantando canções do movimento grevista e em passeata com as velas às mãos, professores e alunos saíram em caminhada pela Avenida Flaviano Guimarães. Os moradores pararam para verificar o movimento e participar a favor da luta pelo ensino superior.

Logo após a caminhada, os manifestantes retornaram ao DCH para continuar a Noite da Vigília e realizar atividades culturais e artísticas, com a participação do músico Michael Ribeiro, discente do 6º período de jornalismo, e do DJ Werson e Ricardo Sousa, alunos do 2º período de jornalismo e ainda a participação especial da professora Márcia Guena.

“Esse é um momento nosso, merecemos ser feliz no local onde trabalhamos”, defendeu a professora Verbena Mourão.


Por Karine Nascimento e Patrícia Lais (texto)




Lorena Santiago (foto)