A influência da indústria cultural na literatura de cordel, os suportes utilizados e a introdução do cordel nas escolas foram temas debatidos ontem no I Congresso Regional sobre o Cordel (I CONCORDEL), no Auditório da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE).
Na palestra “As mudanças de suporte/mídium do cordel”, o professor Genivaldo Nascimento, coordenador do Grupo de Estudos Sobre o Cordel/Turismo (GECORDEL), afirmou que a indústria cultural interfere na criação de novas identidades para a cultura do cordel, como na atual novela Cordel Encantado. “A teledramaturgia se apropria do nome e do universo como a xilogravura, mas não há aquela ideia de divulgação produtiva, cangaço por cangaço, há outras manifestações. Há um simulacro de benefícios da tradição quando na verdade é um prejuízo”.
O pesquisador defendeu ainda que os cordéis poderão ser distribuídos nas escolas, viabilizando o contato imediato dos alunos com os folhetos, mas para isso é necessário haver políticas públicas como apoio institucional aos artistas cordelistas.
O cordel é uma poesia popular impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o método de xilogravura, desde o século XIX, herança da colonização portuguesa. Antigamente, o cordel era visto como uma linguagem popular e era tratada de forma pejorativa. Hoje, “o cordel está presente em outras artes como no cinema de Glauber Rocha, nos livros de Jorge Amado e no teatro de Ariano Suassuna”, esclareceu Genivaldo Nascimento.
Por: Karine Nascimento (texto)
Por: Karine Nascimento (texto)
Patrícia Lais (foto)