A seca, em vários estados do Nordeste, vem contabilizando grandes prejuízos à agricultura. Como acontece todos os anos, os grandes meios de comunicação de massa colaboram para perpetuar a imagem de uma região inviável, em que o “chão” rachado representa a terra improdutiva. Procurando desmistificar essa imagem e problematizar os estereótipos que dela fazem parte, a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), por intermédio do Departamento de Ciências Humanas (DCH-III), e o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) promoveram entre os dias 25 e 27 de maio, o III Encontro de Capacitação: Comunicação para a Promoção das Viabilidades do Semiárido, no Centro de Treinamento Vargem da Cruz, em Juazeiro (BA).
Criado pelo projeto de extensão Programas Experimentais de Televisão, do curso de Comunicação Social – Jornalismo em Multimeios da UNEB, e pelo IRPAA, o encontro acontece anualmente e é voltado principalmente para estudantes de Comunicação Social com o intuito de discutir questões relacionadas à forma com o semiárido brasileiro é retratado pela grande imprensa. Este ano, 30 alunos da universidade participaram do treinamento.
O objetivo é mostrar aos futuros comunicadores as potencialidades da região, para que compreendam as inúmeras alternativas de convivência com o semiárido e mudem o discurso de combate à seca difundido pela grande mídia e pelas políticas públicas assistencialistas. “É preciso entender que pessoas simples têm sua cultura e seu valor, podendo expressar um saber de convivência com o clima, pois conhecem as especificidades do lugar”, afirmou o coordenador de Comunicação do IRPAA, Raimundo Alves Pereira, mais conhecido como Raimundo Fábio.
Durante a capacitação, os estudantes participaram de palestras e trabalhos em campo que possibilitaram discutir as características do semiárido brasileiro, o histórico da seca na região, as políticas públicas e os projetos de educação contextualizada. A estudante Amanda Santos, que está no 4º período de Jornalismo, ressaltou a importância do encontro para sua formação. “Acredito que, como futuros comunicólogos, é de suma relevância mantermos contato com a nossa região. O IRPAA nos oferece essa oportunidade de explanar o contexto do sertão para que possamos quebrar os estereótipos da seca no Nordeste”, comentou.
PARA VIVER MELHOR - O aproveitamento das chuvas através da cisterna-calçadão, capaz de estocar até 52 mil litros de água; o sistema de filtragem natural, que oferece água potável para consumo; e o uso de técnicas não agressivas à terra utilizadas pela agricultura orgânica são algumas alternativas apresentadas pelo IRPAA para conviver com as adversidades locais nos períodos de estiagem e que se mostram mais baratas e viáveis do que as grandes obras do governo.
A criação de caprinos e ovinos também é uma atividade possível de ser desenvolvida nessa época, pois esses animais consomem menos água e a ração pode ser feita pelos próprios criadores por meio de uma mistura composta por plantas da caatinga, sendo assim mais rentável para o produtor que não precisa comprar ração.
O pequeno agricultor José Rodrigues Alves, seu Guará, que vive no Centro de Treinamento há três anos e desenvolve atividades como a agricultura orgânica e criação de animais, falou com satisfação dos projetos de convivência com o semiárido. “Aqui eu consigo produzir um alimento saudável, sem veneno, para alimentar minha família e ainda vendo para outras pessoas”, relata.
A coordenadora Institucional do IRPAA, Lucineide Martins, diz que acredita nessas ações e que estes projetos um dia terão mais espaço nos grandes veículos de comunicação. “Aos poucos o discurso de convivência está adentrando na mídia, alguns programas já vêm pautando o Semiárido com essa nova perspectiva. A esperança é que a mídia olhe diferente para essa região e promova uma releitura desse processo colonizador”, observou.
Alunos de Jornalismo da UNEB reunidos durante curso ministrado pelo IRPAA |
Criado pelo projeto de extensão Programas Experimentais de Televisão, do curso de Comunicação Social – Jornalismo em Multimeios da UNEB, e pelo IRPAA, o encontro acontece anualmente e é voltado principalmente para estudantes de Comunicação Social com o intuito de discutir questões relacionadas à forma com o semiárido brasileiro é retratado pela grande imprensa. Este ano, 30 alunos da universidade participaram do treinamento.
O objetivo é mostrar aos futuros comunicadores as potencialidades da região, para que compreendam as inúmeras alternativas de convivência com o semiárido e mudem o discurso de combate à seca difundido pela grande mídia e pelas políticas públicas assistencialistas. “É preciso entender que pessoas simples têm sua cultura e seu valor, podendo expressar um saber de convivência com o clima, pois conhecem as especificidades do lugar”, afirmou o coordenador de Comunicação do IRPAA, Raimundo Alves Pereira, mais conhecido como Raimundo Fábio.
Durante a capacitação, os estudantes participaram de palestras e trabalhos em campo que possibilitaram discutir as características do semiárido brasileiro, o histórico da seca na região, as políticas públicas e os projetos de educação contextualizada. A estudante Amanda Santos, que está no 4º período de Jornalismo, ressaltou a importância do encontro para sua formação. “Acredito que, como futuros comunicólogos, é de suma relevância mantermos contato com a nossa região. O IRPAA nos oferece essa oportunidade de explanar o contexto do sertão para que possamos quebrar os estereótipos da seca no Nordeste”, comentou.
PARA VIVER MELHOR - O aproveitamento das chuvas através da cisterna-calçadão, capaz de estocar até 52 mil litros de água; o sistema de filtragem natural, que oferece água potável para consumo; e o uso de técnicas não agressivas à terra utilizadas pela agricultura orgânica são algumas alternativas apresentadas pelo IRPAA para conviver com as adversidades locais nos períodos de estiagem e que se mostram mais baratas e viáveis do que as grandes obras do governo.
A criação de caprinos e ovinos também é uma atividade possível de ser desenvolvida nessa época, pois esses animais consomem menos água e a ração pode ser feita pelos próprios criadores por meio de uma mistura composta por plantas da caatinga, sendo assim mais rentável para o produtor que não precisa comprar ração.
Agricultura sustentável: realidade na vida do agricultor José Rodrigues Alves |
O pequeno agricultor José Rodrigues Alves, seu Guará, que vive no Centro de Treinamento há três anos e desenvolve atividades como a agricultura orgânica e criação de animais, falou com satisfação dos projetos de convivência com o semiárido. “Aqui eu consigo produzir um alimento saudável, sem veneno, para alimentar minha família e ainda vendo para outras pessoas”, relata.
A coordenadora Institucional do IRPAA, Lucineide Martins, diz que acredita nessas ações e que estes projetos um dia terão mais espaço nos grandes veículos de comunicação. “Aos poucos o discurso de convivência está adentrando na mídia, alguns programas já vêm pautando o Semiárido com essa nova perspectiva. A esperança é que a mídia olhe diferente para essa região e promova uma releitura desse processo colonizador”, observou.
Texto: Paulo Pedroza
Fotos: Patrícia Laís