Após um dia muito agitado, Marilucia Carvalho
Ribeiro dos Santos chegou em casa, tomou banho e sentiu uma dormência na ponta
dos dedos que subia pela perna até o braço, no lado direito. Sentiu também o
corpo ser puxado para baixo. A filha, Samara Carvalho Ribeiro de Aguiar, conta
que recebeu um telefonema de suas primas relatando o que estava acontecendo e
voltou para casa. “Minha mãe passou três dias na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) em um hospital particular de Juazeiro. Após receber alta, ficou de cama
por 15 dias, e voltou a andar após esse tempo com dificuldades”. Os exames
diagnosticaram que, durante 30 minutos, houve um sangramento do lado esquerdo
do cérebro de Marilucia. Ela estava sofrendo um Acidente Vascular Cerebral
(AVC) do tipo hemorrágico, popularmente conhecido como derrame.
“Eu tinha problemas de pressão, mas não me cuidava. Um dia antes de sofrer o AVC comi um pacote de salgadinho grande”, relata. Marilucia foi medicada e não precisou passar por cirurgia. Samara relata que sua mãe chorava muito no início. “O médico acredita que o derrame afetou o lado emocional dela. Antes, ela não era assim”. Onze anos depois do tratamento que durou cinco anos, com fisioterapia e acupuntura, Marilucia toma remédios para controlar a pressão e ainda sofre com algumas sequelas do AVC. “Eu caminho, faço as coisas, mas ainda sinto um peso e dormência no corpo. Tem dias que meu braço fica muito duro e tenho dificuldades para movimentar a mão”. Depois de ter sofrido o derrame, ela pediu aposentadoria do trabalho, por não ter condições de voltar a fazer as atividades como antes.
“Eu tinha problemas de pressão, mas não me cuidava. Um dia antes de sofrer o AVC comi um pacote de salgadinho grande”, relata. Marilucia foi medicada e não precisou passar por cirurgia. Samara relata que sua mãe chorava muito no início. “O médico acredita que o derrame afetou o lado emocional dela. Antes, ela não era assim”. Onze anos depois do tratamento que durou cinco anos, com fisioterapia e acupuntura, Marilucia toma remédios para controlar a pressão e ainda sofre com algumas sequelas do AVC. “Eu caminho, faço as coisas, mas ainda sinto um peso e dormência no corpo. Tem dias que meu braço fica muito duro e tenho dificuldades para movimentar a mão”. Depois de ter sofrido o derrame, ela pediu aposentadoria do trabalho, por não ter condições de voltar a fazer as atividades como antes.
Obesidade, diabetes, hipertensão e uma vida
sedentária são algumas das principais causas que levam ao AVC. Nos últimos
anos, a doença tem se tornado um problema de saúde pública devido aos dados
alarmantes. Atualmente,
atinge 16 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, nas mais diversas faixas
etárias. No Brasil, são registradas aproximadamente 68 mil mortes anualmente,
de acordo com o Portal Brasil.
O clínico geral Malan Silva de Brito, que atua no
serviço de saúde pública de Juazeiro, na Bahia, explica que essa doença pode
atingir pessoas de todas as idades, mas que os idosos estão mais propensos a
sofrer o derrame. “A maior parte dos idosos, que sofrem ou sofreram com o AVC,
apresentava pressão alta, diabetes ou o organismo já estava um pouco mais
debilitado, por causa da idade, mas essa doença pode ser registrada em qualquer
parte da vida de uma pessoa,” esclarece o médico.
Foto de Robson Gomes |
Prevenção
Apesar de ser mais recorrente em idosos, jovens
também estão propensos a ter um acidente vascular cerebral. Essa possibilidade
é recorrente principalmente em pessoas que tenham doenças cardíacas,
hematológicas e autoimunes. O consumo de drogas lícitas e
ilícitas é um fator que pode predispor o jovem a um derrame. Em crianças, é recorrente em
casos clínicos de anemia falciforme, com problema de formação em um vaso
sanguíneo ou que teve rompimento desse vaso.
Segundo o
neurocirurgião do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Ricardo Brandão, existem dois tipos de derrame: o isquêmico e o hemorrágico.
“O primeiro é mais comum, corresponde a, praticamente, 80% do Acidentes.
Isquemia é uma privação de sangue em determinada região, ou seja, o AVC é o
entupimento de um vaso no cérebro que acarreta os primeiros sintomas. Já o
hemorrágico, como o próprio nome já diz, é uma hemorragia cerebral causada pelo
rompimento de um vaso”, afirma.
O tratamento do AVC isquêmico é feito com o uso de fibrinolíticos, que são medicamentos que tendem a diminuir a obstrução dos vasos, quando hemorrágico o tratamento é cirúrgico. Quando há sequelas o paciente precisa passar por mais tratamentos como a fisioterapia e até mesmo um fonoaudiólogo caso tenha problemas para mastigar por exemplo".
Foto de Gislaine Milca |
O tratamento do AVC isquêmico é feito com o uso de fibrinolíticos, que são medicamentos que tendem a diminuir a obstrução dos vasos, quando hemorrágico o tratamento é cirúrgico. Quando há sequelas o paciente precisa passar por mais tratamentos como a fisioterapia e até mesmo um fonoaudiólogo caso tenha problemas para mastigar por exemplo".
A prevenção primária pode ser
feita para
modificar os fatores de risco através da prática de exercícios, evitar a
ingestão de gorduras e fazer exames frequentes para medir as taxas de
hipertensão. Além disso, é necessário realizar um atendimento de atenção
básica, dispor
de serviços estruturados e com profissionais capacitados para realizar
prevenções secundárias.
Reportagem de Ingryd Hayara e Robson Gomes, repórteres da Agência MultiCiência