Memória de Carnaval: reavivando a história

Multiciência 20 fevereiro 2020





O Carnaval de Juazeiro já acabou. Foram três dias de festa do carnaval antecipado mais famoso da Bahia. Com direito a brincadeiras, fantasias das mais variadas possíveis, música e tudo que deixa aquela sensação de “quero mais” no folião. Mas quem disse que acabou mesmo? Esses momentos que ficam na memória das pessoas estão sempre, de alguma maneira, sendo revividos, transformados e assim nunca são esquecidos.

Visando disseminar a cultura regional e promover o contato da comunidade com a academia, a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus III, busca agora reavivar essa memória de carnaval no coração dos moradores de sua cidade e lançou a exposição “Do Antigo ao Contemporâneo”, na Biblioteca da instituição, no Departamento de Tecnologias e Ciências Sociais (DTCS). A exposição reúne peças distintas e originais do carnaval juazeirense e busca não só despertar no público nostalgia, mas também fornecer conhecimento para quem ainda não havia tido contato com parte dessa história.
O Coordenador da Biblioteca, Regivaldo José (Regis), foi o idealizador da exposição e conta que a intenção é valorizar o espaço acadêmico, para além das atividades rotineiras de leitura e estudo. A finalidade é promover a interação da comunidade com a vida universitária e levar diversão, arte e cultura. A exposição conta com fotografias dos carnavais antigos de Juazeiro a partir da curadoria da estudante Anna kamylla França Martins, bolsista do projeto Acervo Visual do Acervo Maria Franca Pires, localizado no Campus, no Departamento de Ciências Humanas (DCH). Também tem máscaras carnavalescas disponibilizadas pelo lojista Ariomar e figurinos utilizados no show do artista juazeirense, Alan Kleber, que comemora com sucesso seus 23 anos de carreira.

Quem visita a exposição, percebe que, em meio ao mundo literário, é possível conhecer parte da nossa história e cultura. Evoca memórias sobre o passado, colocando no mesmo ambiente que o tempo presente, reconhece fotos e objetos que estão à disposição para serem vistos por diversos ângulos e perspectivas. É a cena mais harmoniosa já vista. Logo na entrada, as fotos de grupos e famílias contam um pouco do que foi o carnaval da antiga Juazeiro. Junto aos livros, nos corredores, estão as máscaras que trazem o ar da contemporaneidade visual, e se misturando ao ambiente estão os figurinos com suas cores quentes, paetês, brilho e purpurina que refletem a alegria e a vibração que só o carnaval pode trazer.


O bibliotecário Regis mostra com alegria nos olhos e orgulho do trabalho de organização da exposição e a contribuição dessa nova forma de interação da comunidade com o espaço da biblioteca, pois um dos objetivos da exposição é reforçar o contato com a cultura e a arte.
“Do Antigo ao Contemporâneo” não fomenta aquela velha rivalidade entre o novo e o velho, muito pelo contrário, mostra como os dois têm uma conexão forte e que um pode completar o outro. A exposição é “um marco nessa "curiosidade" em ver de perto, a essência, a fantasia, a história dos nossos carnavais passados e presente!”, afirma o artista, Alan Kleber, que doou o figurino para exposição. 

A exposição mostra que, mesmo que a comemoração nas ruas tenha chegado ao fim, ainda é possível sentir o clima dos batuques e as luzes dos trios do amado carnaval de Juazeiro. Enquanto a festa de Momo em Petrolina, Salvador e em todo o país não começa, o público poderá visitar a exposição até o dia 6 de março, no período de segunda a sexta, das 7h às 21h.

Texto: Jéssica Cardoso, Graduanda de Jornalismo em Multimeios, monitora da Agência MultiCiência, da Universidade do Estado Da Bahia, Campus III.
Fotos: Wagner Gonçalves