A Rainha Vermelha e a igualdade de direitos

Multiciência 08 dezembro 2020

A Rainha Vermelha - obra de estreia de Victoria Aveyard, norte-americana formada como roteirista - é um romance que, embora a catalogação aponte como uma fábula, uma fantasia -  há semelhanças com questões sociais presentes em nosso cotidiano: como igualidade de direito e discriminação racial.

A trama acompanha a vida da jovem Mare Barrow, uma garota que possui sangue vermelho - em seu mundo as pessoas são divididas pela cor do sangue. Vermelhos sempre estarão destinados a serem plebeus, humildes, a servidão. Por outro lado, os que possuem sangue prateado – os nobres, a elite - reinarão sob os vermelhos, e possuem poderes sobrenaturais.   alguns dentre eles capazes de manipular o fogo, metais de toda sorte e e a própria mente humana.

Durante a leitura de toda a saga - composta por mais três livros: Espada de Vidro; A  Prisão do Rei e Tempestade de Guerra - o leitor poderá perceber como a cor do sangue sempre será determinante. Não somente na divisão das classes sociais existentes naquele mundo, mas também com relação ao próprio valor da vida do indivíduo – os que possuem sangue vermelho não possuem valor algum. Basta um pequeno esforço e pode-se notar a semelhança com tempos atuais, nos quais pessoas com determinada "cor" no sangue considerando-se e sendo consideradas superiores a outras por não possuírem a mesma cor. Além disso, embora Mare viva numa região governada por reis e rainhas,  no seu mundo está apenas engatinhando o que chamaremos de democracia e mudanças começam a ocorrer: uma rebelião vermelha tem se aproximado por igualdade em outros reinos.

Entretanto, o único objetivo dos prateados será manter vermelhos nos seus devidos lugares - servindo. Cogitar na ideia de um governo baseado em direitos sociais e igualdade entre os povos, seria algo desnatural contra todos os méritos que só famílias prateadas são capazes de produzir.

Portanto, é com essa premissa de superioridade racial, democracia em risco e a destruição dos laços familiares pela ganância de poder - somados a habilidades sobre-humanas - que a autora convida seus leitores a se aventurarem no início de uma revolução: um mundo de igualdade e justiça social.

Por Wellington Martins, estudante de Jornalismo em Multimeios