Professor Pinzoh: “Fiquei apavorado porque o rio estava coalhado de peixes mortos”

MultiCiência 17 novembro 2022

A cultura da cana-de-açúcar no Vale do São Francisco para fins industriais começou em 1972 com a chegada da Agroindústria do Vale do São Francisco S.A – Agrovale. A empresa gera uma movimentação econômica na região, computando 1.757 empregos de carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, de 2019. Contudo, ocasiona, também, impactos ambientais e sociais.

Em 15 de março de 1984, o Vale do São Francisco vivenciou um desastre ecológico, no qual as águas do rio São Francisco foram poluídas por um efluente da cana-de-açúcar descartado inadequadamente: o vinhoto. A substância matou milhares de peixes e deixou a água imprópria para consumo durante um período indeterminado de tempo, em que as cidades atingidas foram abastecidas por caminhões-pipa. O desastre foi reportado pela imprensa local, como comprova o arquivo do jornal Gazeta do Vale, de 17 de março de 1984. Foi na cidade de Curaçá-BA que os moradores começaram a perceber os primeiros sinais da tragédia ambiental: cerca de 300 toneladas de peixes mortos boiando na superfície do rio.


Professor do PPGESA, Pinzoh, coordena pesquisa sobre desastre ambiental
Foto: Lorena Garcia

O professor do Programa de Pós-Graduação em Cultura, Educação e Territórios Semiáridos (PPGESA) da Universidade do Estado da Bahia, Josemar da Silva Martins, mais conhecido como Pinzoh, é natural do povoado São Bento, no interior de Curaçá e presenciou de perto esse acontecimento quando ainda era apenas um adolescente. Hoje, 38 anos após o acidente, Pinzoh estuda a ocorrência desse desastre ambiental na pesquisa “Lições de Sinistro”, na qual aborda os efeitos dos acontecimentos locais de grande morbidade na educação e na comunicação. 

Em entrevista às repórteres Maria Eduarda Moret e Lorena Garcia, o professor reflete sobre como há um apagamento de acontecimentos históricos ou uma edição intencional de alguns fatos históricos que manipulam a história para atender interesses políticos e sociais de certos períodos e, até mesmo, da atualidade.


MultiCiência: A pesquisa Lições de Sinistro aborda os efeitos dos acontecimentos locais de grande morbidade na educação e na comunicação. Esse projeto também engloba a temática da produção da cana-de-açúcar na região? 

Pinzoh: Sim, engloba. Na verdade, Lições de Sinistro envolve três temas. Estudamos um episódio da Guerra de Pau de Colher, guerra que aconteceu no Sítio de Pau de Colher entre 1934-1936, episódio terrível, que não ficou muito conhecido. A gente estuda também a pandemia da Covid-19 e alguns outros episódios de pandemia que aconteceram na história, e o terceiro tema é relacionado à cana-de-açúcar, que é o estudo de um episódio que aconteceu em 1984, que foi o derramamento de vinhoto pela empresa Agrovale, um crime ambiental de grande escala.


MultiCiência: A chegada dessa cultura na região trouxe também malefícios socioambientais e econômicos?

Pinzoh: A gente trata da Agrovale como se ela só gerasse benefícios econômicos, mas ela ocasiona também desequilíbrios. Do mesmo jeito que promove emprego, gera também desempregos, subempregos, exploração e, principalmente, desequilíbrios ambientais. Quando chega uma grande empresa dessas, a gente acha que vai trazer só progresso, porém não tem um só exemplo em lugar nenhum que uma grande empresa como a Agrovale trouxe só progresso. Por exemplo, houve um tempo em que a gente dizia assim: “Juazeiro é a capital da irrigação”, mas essa frase não corresponde ao espectro urbano de Juazeiro, quer dizer, você não vê na cidade os saldos de ela ser a “capital da irrigação” ou dos benefícios da presença de uma Agrovale. 


MultiCiência: Quais prejuízos sociais e ambientais o descarte indevido desse material acarretou?

Pinzoh: Em 1984, em Curaçá, uma boa parte das casas não tinha água encanada e também havia uma frequência recorrente de falta de água. Então, era muito frequente as pessoas irem para o rio pegar água ou lavar roupa e a gente tomava muito banho no rio. Lembro que fiquei apavorado porque o rio estava coalhado de peixes mortos, e a cena em Curaçá foi absurda, porque não era um peixe aqui, outro ali, era uma cobertura em todo o espelho d’água. A população da margem do rio ficou um tempo sem poder usar a água. Há notícias de que pessoas foram contaminadas e passaram mal. Uma das coisas que eu lembro foi que a gente passou vários dias sem poder usar o rio e sem poder tomar água dele por causa da contaminação.


MultiCiência: Há uma forma segura ou ecologicamente correta de reutilizar esse efluente?

Pinzoh: Eu não sei se a Agrovale já desenvolveu uma reutilização. Na internet, se você pesquisar existe um nome que a gente encontra, que é a mesma coisa para vinhoto, que é vinhaça. Então, existem hoje muitas pesquisas sobre a reutilização da vinhaça para produzir outras coisas, em vez de só acumular no depósito e deixar lá. A gente encontrou vários textos e artigos científicos de pesquisadores da área, discutindo exatamente a reutilização da vinhaça em várias aplicações. Todo produto (ferro, plástico) gera um subproduto, um resíduo na fabricação, que precisa ter um destino. Se você não cria soluções de aplicação, de reaproveitamento, isso vira lixo e vai ter uma hora que não vai ter onde você colocar. 


MultiCiência: Já é possível tirar conclusões a partir da pesquisa realizada?

Pinzoh: Um dos resultados desse estudo de Lições de Sinistro é termos nos deparado com essa circunstância de que o apagamento é uma das categorias mais importantes da história. No caso do vinhoto, esse apagamento é bem visível. Toda história é editada e essa edição privilegia certos acontecimentos, o heroísmo, as marcas oficiais. Os temas mais importantes da história, que de fato a marcaram, em geral, foram apagados, silenciados, descontruídos. Você vai encontrar uma vastidão de exemplos desses apagamentos. Por exemplo, se você pegar a história da cidade de Juazeiro, você vai encontrar coisas assim: “ah, Juazeiro era o nome de uma passagem que tinha um pé de Juazeiro e que passava para Petrolina, aí os vaqueiros acharam a imagem de Nossa Senhora...” Tudo isso é edição da história. Ora, se os vaqueiros acharam a imagem de Nossa Senhora das Grotas dentro de uma grota, primeiro alguém foi lá e botou Nossa Senhora dentro de uma grota, não brotou dali. Se você pegar o livro de Esmeraldo Lopes, Opará, que fala sobre a formação social histórica aqui do Vale do São Francisco, você vai encontrar informações, por exemplo, de chacinas volumosas de índios, mas esse dado não permanece como uma circunstância importante na história, então ele desaparece. Como é que a gente edita a história? Dizendo que nós somos uma país pacífico, que aqui não tem guerra. A história do Brasil é lavada em sangue, principalmente sangue índio, negro, dos revoltosos, das pessoas que não se conformavam com a história. As marcas mais importantes da constituição da história do Brasil, no mínimo, são normalizadas como uma coisa que você não consegue ver o impacto, e uma parte das circunstâncias são apagadas ou editadas. E aí tem a outra coisa, que é o discurso sobre o desenvolvimento. Você pega uma empresa como a Agrovale e lida com ela dentro do enfoque positivo do desenvolvimento, como uma grande empresa para gerar empregos. Um dos resultados da pesquisa é também ter lidado com essa circunstância discursiva de como o desenvolvimento justifica e ameniza qualquer coisa. Um desastre como esse [de 1984] precisou ser amenizado porque era necessário preservar a imagem do desenvolvimento e do progresso. Esse é um problema sério que eu acho que a gente enfrenta, porque a gente acaba discutindo o desenvolvimento da forma mais perversa possível, que a gente prioriza os poderosos, os grandes... E os que habitam, por exemplo, aquelas áreas que são desmatadas vão morar nas periferias, vão entrar na vida informal e a gente não toma isso como saldo do desenvolvimento. Quer dizer, boa parte das pessoas que vão parar no morro e vão entrar no narcotráfico, na prostituição, é gente que foi empurrada para lá. Nós não conseguimos ligar um ponto a outro, e isso tem a ver com a forma como os regimes discursivos filtram a possibilidade de você falar disso ou daquilo. 


MultiCiência: Quais têm sido as maiores dificuldades encontradas para o andamento da pesquisa?


Primeira dificuldade: é o apagamento, a falta e o desaparecimento dos arquivos. A segunda dificuldade: é um tema melindroso. Oficialmente, ninguém provou que foi a Agrovale, mas todo mundo sabe. Você vai para as reportagens, as informações referentes ao relatório da Comissão do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia, todas elas informam que foi a Agrovale, mas oficialmente houve essa coisa de deixar no ar, de dizer assim: “vamos encerrar esse assunto, não precisa definir quem foi...” assim, sabe, foi meio que isso. Então, é um assunto espinhoso que ninguém quer falar sobre. Você não encontra os arquivos, uma parte dos arquivos sumiu... Nós também tivemos a dificuldade de termos começado a pesquisa no período da pandemia. A gente não podia visitar, tinha de ser tudo on-line, então a gente conduziu a pesquisa para ser documental. Agora, recentemente, depois que a pandemia se arrefeceu, viajamos até Curaçá. A gente passou em Itamotinga, conversamos com pessoas de lá, aí a pesquisa ganha outra relevância, outra dimensão. Mas essa dimensão a gente nem vai poder utilizar no atual momento, porque a nossa pesquisa, no período da pandemia, como ela era só documental, não foi para o Comitê de Ética.


Professor Pinzoh discute as contribuições da pesquisa 

MultiCiência: Que contribuições esse projeto de pesquisa pode trazer para a sociedade?

Pinzoh: A principal contribuição é reativar a memória para que esse acontecimento possa ser lembrado. Uma das coisas que a gente quis saber era se esse episódio do vinhoto tinha tido alguma presença no campo educacional, mas a gente não encontrou nenhuma informação de que isso tenha ido parar em alguma atividade escolar. Então, acho que uma das contribuições para a sociedade é poder retomar o acontecimento e produzir novos registros sobre ele. A ideia é que isso retorne também para a memória social, com novos arquivos, novas matérias e reportagens, e que de fato isso possa ir parar um dia na sala de aula ou na televisão ou em debate político.


MultiCiência: Sobre o desastre ecológico ocorrido no território em 1984, o qual levou à mortandade 300 toneladas de peixes do rio São Francisco, há alguma relação entre esse acontecimento e o despejo inapropriado de vinhoto no meio ambiente?

Pinzoh: Em março daquele ano, houve uma chuva forte e a Agrovale tinha um reservatório de vinhoto, e ele era acumulado em uma espécie de tanque de barreiro. Como choveu muito, esse barreiro se rompeu, derramou, pegou algum córrego e caiu no rio São Francisco. Há informações que dizem que a quantidade de peixes mortos passou de 400 toneladas e tem gente que fala de meio milhão de toneladas. Começou-se a cogitar que o culpado fosse alguma empresa que fabrica ou que armazena defensivos agrícolas, mas a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia veio à Juazeiro, percorreu a área e fez uma vistoria que encontrou os vestígios do rompimento do tanque, o rastro do vinhoto descendo, atingindo o projeto “rio” Tourão e chegando até o rio São Francisco. Isso foi narrado em relatório.


Jornal Gazeta do Vale, de 17 de março de 1984, documentou a morbidade dos peixes

MultiCiência: Ainda sobre esse desastre, houve comprovação quanto ao que causou a morte dos peixes e a poluição do rio, tornando, inclusive, a água inapropriada para consumo? Alguém ou algum órgão foi responsabilizado?

Pinzoh: Todo mundo sabe que foi a Agrovale embora a empresa tenha sido inocentada na época. Ela não chegou a receber nenhum tipo de punição, não que a gente tenha sabido. Esse caso do derramamento de vinhoto é um daqueles acontecimentos em que houve um silenciamento, um apagamento. Inclusive, o arquivo principal desse episódio, que é um relatório da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia desapareceu, sumiu. É uma empresa de poder. Sendo uma empresa de poder, ela mobiliza agentes da justiça e da política para fazer com que esse caso desapareça, e até arquivos da própria mídia, de jornal, também sumiram.


Professor Pinzoh afirma: "não houve nenhum projeto de restituir a fauna"
Foto Lorena Garcia

MultiCiência: Como se deu a reconstituição dessa fauna afetada?

 Não houve nenhum tipo de intervenção, nem de empresa nem de poder público, no sentido de restituir a fauna afetada do rio. Pelo volume de peixes que morreram, teria que ter um investimento específico para repor, sobretudo, aquelas espécies que foram afetadas, surubim, dourado, peixes grandes do fundo do rio, mas não há registro. Se houve alguma coisa desse tipo, a gente não ficou sabendo. Você vai encontrar, aqui e ali, a inserção de espécies, inclusive de espécies exóticas, dentro do rio, mas nada relacionado a um repovoamento da sua fauna em função desse episódio. Então, é provável que o rio foi se reconstituindo durante anos, porque a quantidade de peixes que morreram foi muito grande.


MultiCiência: Há algum indício de descarte inadequado de vinhaça no Vale do São Francisco após o desastre de 1984?

Pinzoh: Não. E, seguramente, esse episódio foi o de maior desastre ambiental do rio São Francisco. 


MultiCiência: É correto afirmar que a prática de queimadas do palhiço da cana acarreta danos para o meio ambiente? De que forma?

Pinzoh: Veja, dano ambiental existe, porque você queima e é uma combustão que já produz uma poluição. Já vi momentos aqui na cidade de Juazeiro em que, de repente, vem uma nuvem de fumaça e as ruas ficam todas esfumaçadas. Aí alguém pergunta assim: “o que é isso?”, aí alguém diz assim: “é fumaça de lá da Agrovale, da queima de cana-de-açúcar”. Depois de uma noite assim, no outro dia você encontra a camada de fuligem. Então, com certeza existem danos para o ser humano, mas tem, evidentemente, uma poluição que se distribui no meio ambiente, que altera a qualidade do ar. Além do fato de que uma monocultura sempre gera desequilíbrio. Você pega uma grande área desmatada... Há um conjunto grande de seres que foram afastados dessas áreas, além da flora. Você tira toda uma camada arbórea para botar cana-de-açúcar, mas também você afasta um conjunto grande de animais. De vez em quando você ouve um ou outro ambientalista, biólogo, gente que relata o tamanho desse desequilíbrio. Tanto que na Lei 12.651/2012, do Código Ambiental, você tem sempre que manter certas áreas para que os animais possam circular com proteção. Enfim, existem esses desequilíbrios ambientais.


MultiCiência: Por que a prática de queimadas ainda ocorre no ciclo de produção da cana e dos seus derivados aqui no Vale?

Pinzoh: A única desculpa que eu tenho ouvido de gente que trabalha na Agrovale é que se for fazer essa mecanização da colheita vai dispensar muita

mão de obra humana. A mecanização para substituir a queima vai implicar em diminuição de emprego. Mas quais seriam os empregos que se mantêm na realidade da queima? Uma boa parte da colheita da cana já é feita mecanizada, então eu não sei exatamente como é esse aspecto aí, mas há essa desculpa oficial de que se eliminar a queima, vão diminuir os postos de trabalho. Muita gente vai ser demitida, isso eu já ouvi de gente que trabalha  na Agrovale. No Sudeste do Brasil, isso já foi eliminado por conta exatamente do volume de poluições, por exemplo, num estado como São Paulo, que tem um volume de poluição já grande. Então, houve um movimento para diminuir a queima da cana-de-açúcar e há informações hoje disponíveis, como artigos, que declaram como nessas regiões de São Paulo já foi resolvido. Não acho que é uma solução difícil de fazer, mas acho que talvez seja mais econômico queimar. Queima tudo, depois vai lá, corta a cana já sem folha... Deve ser muito mais econômico. O desenvolvimento nunca bota na conta essa parte de ser custoso para a sociedade, bota na tabela só o custo benefício direto da empresa, então o custo benefício social não entra.



MultiCiência: Quanto às denúncias de desastres ambientais, qual a importância do Ministério Público e da imprensa?

Pinzoh: Na época, em 1984, a gente vivia num Brasil em que não havia nada disso. Não havia imprensa livre. Havia uma certa liberdade da imprensa mas a gente estava saindo de uma Ditadura Militar que cerceou a liberdade de imprensa, então nem tudo podia ser divulgado. Os jornais e os veículos de imprensa se comportavam dentro desse contexto, daquilo que era conveniente divulgar ou não. É como você conduz a abordagem para ser mais ou menos conveniente com os interesses que estão em voga naquele momento. Então, acho muito importante a imprensa livre, com as responsabilidades, porque a imprensa livre não significa que você tem que ser irresponsável e dizer qualquer coisa inconsequentemente. A gente chegou a esse limite da perversão também sob a desculpa da liberdade. Nesse período também não havia isso no Ministério Público. Naquele momento do Brasil, na década de 1980, se você estivesse incomodado com uma coisa e se você quisesse falar daquela coisa você tinha que ter coragem para falar daquilo, porque uma das consequências mais comuns era você desaparecer ou “ser” desaparecido. Então, nós estamos falando de um momento em que não havia atuação do Ministério Público, você não tinha sequer um tribunal em que você pudesse chegar para denunciar. Hoje, existem certas delegacias que garantem pelo menos o direito de você ir lá e prestar uma denúncia.

Atualmente, eu acho que a gente está mais aparelhado, mas não acho que o Ministério Público cumpre bem a função. Embora hoje seja diferente e você tenha a estrutura, não significa que isso vai funcionar, que isso vá chegar em algum lugar, porque dentro das instituições também há a presença das ideologias, dos vínculos políticos e as filiações partidárias também entram nas instituições e as contaminam. Então, a depender desse nível de contaminação, você pode ser bem atendido e pode não ser, a sua queixa pode ir para frente e pode não ir. Na verdade, a gente regrediu, eu acho. A gente vinha crescendo em termo de abertura de um leque de proteções ao cidadão. De 2018 para cá, houve uma maquinação das instituições, foram desmontados alguns órgãos de defesa, do meio ambiente, da cidadania... Enfim, a gente precisa recuperar a imagem do Ministério Público como uma independência que ele precisa ter para poder apurar denúncias seriamente e ser o nosso laço de proteção, porque enquanto a política faz guerra, um lado contra o outro etc., a gente precisaria pelo menos ter esse espaço como um espaço de amparo, e que fosse justo. Era para ser um espaço de administração dos conflitos e de garantia dos direitos básicos e da proteção básica. A gente têm esse dever de recuperar essa imagem do Ministério Público.


Entrevista realizada pelas alunas Maria Eduarda Moret e Lorena Garcia para a disciplina Introdução ao Jornalismo, ministrada pela professora Andréa Cristiana.

Fotografias: Lorena Garcia