A dança ajuda a melhorar autoestima e pode auxiliar no controle do estresse

MultiCiência 23 novembro 2022

Você já parou para pensar o quanto sensações como tristeza, alegria ou raiva podem influenciar o estado de seu organismo? Os sentimentos geram impactos na mente e também no corpo. Para melhorar os efeitos das sensações corporais no bom desenvolvimento do corpo e da mente, os movimentos ritmados da dança podem ajudar a combater o estresse e a manter equilibro psicossocial e bem-estar.  Segundo estudo de Ricardo Leonardo Romão, realizado pela Universidade Do Sul De Santa Catarina (UNISUL), a dança contribui para a produtividade no ambiente de trabalho, ajuda a ter mais disposição para o dia-a-dia e controlar o estresse.

Para Alice Dantas, professora de dança em Petrolina, Pernambuco, o sorriso no rosto dos alunos a faz esquecer de qualquer problema que tenha fora da sala de aula. A cada aula procuro focar na alegria de estar trabalhando com algo que eu amo, que me traz paz e me permite ajudar pessoas a melhorarem a autoestima, a cuidarem da saúde, voltarem com mais disposição para as atividades diárias e se divertir.


Alice Dantas, professora de dança com suas alunas


Além de realizar coreografias e estimular a expressão corporal, o profissional de dança tem a função de incentivar a redução de quadros de estresse. “A dança nos permite relaxamento e reduz os sintomas de estresse. Porém, não dá pra substituir um profissional adequado com suas abordagens necessárias. Não é terapia, mas é terapêutico”, esclarece a professora.

Para a estudante de nutrição, Nataline Almeida, a dança surgiu pelo incentivo de uma amiga, pois estava acima do peso e não gostava das opções de exercícios cardiovasculares. Hoje, a dança contribui para sua saúde e percebe também mudanças positivas na postura, diminuição de peso, melhoras na ansiedade e depressão. “A dança me salvou. Fui diagnosticada com ansiedade e depressão no ano de 2020, e em 2021 diagnosticada com SOP, ganhei muito peso por conta da síndrome, cerca de 16 kg. Comecei com a musculação e depois com a dança. Com o passar do tempo, restabeleci meu peso, minha autoestima, fora as questões psicológicas que estavam totalmente ligadas ao momento ruim que estava passando com meu corpo. Não afirmo que traz a cura, mas que hoje sofro bem menos com os distúrbios, aos quais fui diagnosticada,” destaca a estudante.

 

Nataline Almeida, estudante de Nutrição.

A psicóloga Hérika Cesar Albuquerque reconhece os benefícios da atividade física  e da dança, porém destaca que “nenhuma atividade física substitui o acompanhamento terapêutico realizado por um psicólogo”. No momento em que uma pessoa exercita o corpo, há liberação de hormônios que causam sensação de prazer como endorfina, dopamina e serotonina. “Esses hormônios são liberados em qualquer atividade física ou momentos que nos dão uma boa sensação. Com isso, há sim diminuição do estresse e melhora do humor. Porém a saúde mental, assim com a saúde física, não deve se limitar a um único ponto, o ser humano é biopsicossocial e espiritual ” ressalta Hérika.

Para pessoas que apresentam sintomas de depressão, a psicóloga Hérika Cesar Albuquerque recomenda acompanhamento psicológico, e psiquiátrico se preciso, e buscar identificar os fatores estressantes.

 

 

Reportagem produzida por Edilene Leite, estudante de Jornalismo em Multimeios da UNEB