A surpresa aconteceu no ano de 2021, o paleontólogo Elver Luiz Mayer foi contatado para atender um chamado, durante as obras de terraplanagem que aconteciam na cidade de Davinópolis, no Maranhão. Até então, ele não sabia do que se tratava, apenas que haviam encontrado ossos ao escavar. Foi a partir desse chamado que Mayer montou uma equipe de campo para verificar e se depararam com uma grande descoberta científica: Ossos bem preservados do que mais tarde se revelaria como uma espécie de dinossauro considerada inédita para a ciência e que possui mais de 100 milhões de anos.
As pesquisas iniciaram com a identificação das partes do corpo do animal que ali estavam e após isso as comparações com esse dinossauro e outros já estudados anteriormente pela ciência. Agora, com análises microscópicas estão estudando como era o metabolismo e crescimento desse animal e os fatores ambientais que garantiram a preservação daquele fóssil no local.
No início das escavações e análises, o professor fazia parte da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESPA), mas após ser transferido para a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), os estudos passaram a ser feitos no campus dessa última universidade, na cidade baiana de Senhor do Bonfim. A investigação conta com uma equipe formada por profissionais de todos os estados do Brasil.
Como novidade das análises, Mayer destaca o tempo geológico do animal. "Esse dinossauro está mais ou menos no meio do cretáceo, enquanto que outros dinossauros que conhecemos, outros saurópodes são mais recentes aqui no Brasil", afirma o pesquisador. As análises estão em fase final, visando a identificação da espécie, o gênero e os parentescos daquele animal. Após isso, há previsão dos fósseis serem devolvidos ao Maranhão, para agora serem depositados no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia, em São Luís.
Dinossauros do grupo Sauropodes
Fonte da imagem: https://mundopre-historico.blogspot.com/2018/04/sauropodes-sauropoda.html?m=1
© Raúl Martín, 2012 / Scientific American
O pesquisador reconhece que essa descoberta é uma contribuição integral e efetiva para a ciência sobre a biodiversidade brasileira no período cretáceo. "Efetiva no sentido da gente levar o trabalho a cabo, do início ao fim. E integral porque a gente vai explorar os diversos aspectos possíveis, desde a questão de como foi realizada a escavação, o registro de escavação, a identificação do animal, relação de parentesco e análises microscópicas”, conclui.
Por Laíse Ribeiro, estudante de Jornalismo em Multimeios e colaboradora do MultiCiência.