A Rainha Vermelha - obra de estreia de Victoria Aveyard, norte-americana formada como roteirista - é um romance que, embora a catalogação aponte como uma fábula, uma fantasia - há semelhanças com questões sociais presentes em nosso cotidiano: como igualidade de direito e discriminação racial.
A trama acompanha a vida da jovem
Mare Barrow, uma garota que possui sangue vermelho - em seu mundo as pessoas
são divididas pela cor do sangue. Vermelhos sempre estarão destinados a serem
plebeus, humildes, a servidão. Por outro lado, os que possuem sangue prateado –
os nobres, a elite - reinarão sob os vermelhos, e possuem poderes
sobrenaturais. alguns dentre eles capazes de manipular o
fogo, metais de toda sorte e e a própria mente humana.
Durante a leitura de toda a saga
- composta por mais três livros: Espada de Vidro; A Prisão do Rei e Tempestade de Guerra - o
leitor poderá perceber como a cor do sangue sempre será determinante. Não
somente na divisão das classes sociais existentes naquele mundo, mas também com
relação ao próprio valor da vida do indivíduo – os que possuem sangue vermelho não
possuem valor algum. Basta um pequeno esforço e pode-se notar a semelhança com
tempos atuais, nos quais pessoas com determinada "cor" no sangue
considerando-se e sendo consideradas superiores a outras por não possuírem a
mesma cor. Além disso, embora Mare viva numa região governada por reis e rainhas,
no seu mundo está apenas engatinhando o
que chamaremos de democracia e mudanças começam a ocorrer: uma rebelião
vermelha tem se aproximado por igualdade em outros reinos.
Entretanto, o único objetivo dos
prateados será manter vermelhos nos seus devidos lugares - servindo. Cogitar na
ideia de um governo baseado em direitos sociais e igualdade entre os povos, seria
algo desnatural contra todos os méritos que só famílias prateadas são capazes
de produzir.