"Tatuador da Estrelas": o jovem empresário que desafia estereótipos

Multiciência 29 abril 2024

Destacar histórias de sucesso de jovens das periferias é fundamental para inspirar outros a perseguirem seus sonhos, evidenciando que há alternativas positivas diante dos desafios, desencorajando assim o envolvimento com drogas e atividades criminosas.

Como exemplo, Iariel, mais conhecido como “Tatuador das Estrelas” um garoto de família humilde, que hoje aos 23 anos de idade é um tatuador premiado, empresário e influencer, somando mais de 40 mil seguidores em suas redes sociais. 


Iariel, "Tatuador das Estrelas". Foto: Quele Santos.


Em entrevista concedida aos repórteres do MultiCiência no estúdio empresariado e arquitetado pelo próprio artista, sediado em Juazeiro Bahia, o jovem expõe sua história de vida: projetos escolares, pessoas que lhe encorajaram e até mesmo desarranjos que contribuíram para seu desenvolvimento pessoal e profissional. 





Iariel em seu estúdio. Foto: Samuel Henrique

Segue a baixo a entrevista completa.

 

Quando você começou a desenhar e em qual momento você percebeu que sua arte poderia ser uma fonte de renda?

Eu desenho desde que me vejo por gente, uns 7 ou 8 anos de idade. Daí, comecei a trocar desenhos por lanche na escola. Vim de uma família humilde, nunca faltou nada em casa; meu pai sempre foi trabalhador. No entanto, eu desejava pequenos luxos, como lanchar na escola, e foi aí que comecei a fazer essas trocas. Percebi que poderia transformar isso em um comércio.

Aos 13 anos, conheci Ramires, um profissional de tatuagens que me fez sentir o desejo de seguir no ramo da arte. Aos 14, participei no colégio Paulo Sexto do programa estudantil "Lápis na mão", competindo com mais de 700 pessoas, e tive êxito, ficando em primeiro lugar. Fui destaque em uma feira de empreendedorismo na escola, participando com enfoque em arte. Com 16 anos, comecei a ingressar no ramo da tatuagem, e aos 17, terminei o ensino médio já empregado na área.

 

Por que você recebe o nome profissional “Tatuador das estrelas”?

Eu comecei a andar muito com artistas, e em 2020 tatuei o Poeta em Salvador e ele brincou ‘Por que você não é tatuador das estrelas, tatuador dos artistas, isso e aquilo’, e assim terminou colando e até hoje permaneceu e trabalho com esse nome. Já tatuei vários outros artistas também, como Igor Canário, Duda Wendling (atriz da TV globo), Backing vocal da banda “La Fúria”, cantor polêmico entre outros famosos, por isso o nome pegou.  

 

Em algum momento da sua juventude na periferia, você se encontrou envolvido em situações desafiadoras ou atividades questionáveis?

Sim, quando eu estava indo para o ginásio sexto ano, eu era um garoto muito brigão, praticava boxe, judô, me enturmei com algumas pessoas que gostavam disso e a gente estava sempre brigando, a gangue era organizada em hierarquia, e para entrar na gangue você precisava bater nos outros e ia subindo de cargo sempre que ia “derrotando” os dos cargos acima do seu, e isso servia para dizer quem você deveria respeitar e quem iria te respeitar, eu fiquei na segunda posição. Eu fui crescendo e amadurecendo minhas ideias, outros integrantes da gangue foram parando de estudar, perdendo o ano, e hoje em dia muitas pessoas que eu andava naquele tempo não existem mais, estão debaixo da terra, outras foram presas, eu fico feliz de ter saído dessa vida.

 

Existe algo específico que você gostaria de destacar, registrar ou transmitir à juventude?

Sempre acredite nos seus sonhos e siga até o fim, independente das barreiras que apareçam, continue no foco até conquistar o que deseja.