Maria Franca Pires e a “história que vive na cabeça do povo”

. 24 março 2008
Foto/ Acervo pessoal de Cixto Filho



Um variado acervo da cultura regional que foi guardado como objeto de memória pela professora Maria Franca Pires no decorrer de sua vida é objeto de pesquisa no Departamento de Ciências Humanas (DCH III), em Juazeiro-Bahia. São fotografias, recortes de jornais, cadernos com entrevistas, registros radiofônicos que contam o cenário cultural e educacional de Juazeiro. O material publicitário inclui um acervo raro, como anúncio da vinda de Getúlio Vargas, em 1944, ao Vale do São Francisco.

O acervo faz parte da pesquisa O arquivo de Maria Franca Pires: Memória e História Cultural em Pesquisa na Região de Juazeiro, coordenado pela professora Odomaria Macedo, professora do DCH III.


Maria Franca Pires nasceu em Remanso (BA) e desempenhou um papel relevante na cena cultural educacional de Juazeiro. Professora durante 40 anos, Maria Pires publicou os livros Histórias e Lendas do São Francisco, Você Tem medo de Assombração? e Juazeiro - BA. Como pesquisadora intuitiva, reuniu um variado acervo da região de Juazeiro, registrando a “história que vive na cabeça do povo”, como dizia.

Segundo a professora Odomaria Macedo, a pesquisa faz um inventário das coisas reunidas pela professora, um inventário do seu inventário de mundo, pois as peças que compõem o acervo permite observar a prática de documentos do mundo como algo expressivo da singularidade de cada pessoa e a memória das coisas como um aspecto importante para o conhecimento da história cultural.

“Pretendemos divulgar o acervo à população juazeirense a partir da exposição dos documentos que compõem a pesquisa”, destaca a professora. Imagens como anúncios de teatro, shows de dança, carnaval, cartazes políticos, seminários e cursos, flâmulas, folders, sacos de embrulho são apresentados ao público como a “imagem do mundo, de uma época, de uma história local, de um período que faz parte dessa história”, conclui Odomaria.


Luis Osete, aluno do curso de Comunicação Social: Jornalismo em Multimeios da Uneb e ex-bolsista do projeto, afirma que as peças que compõem o acervo por si não contam toda a história cultural da cidade, mas é uma memória que, somada a outras memórias, formam uma história social da sociedade juazeirense.


Por Lidiane Cavalcante, matéria produzida em 04/08/07 e divulgada à imprensa.