Ambientalista, professores, estudantes discutem o meio ambiente no Vale Sub-Médio São Francisco

. 29 abril 2008

Ambientalistas, estudantes e comunidade se reuniram ontem (28/04), no auditório do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Juazeiro para debater questões sobre a preservação do meio ambiente no Vale Sub-Médio São Francisco. O evento coincidiu com as comemorações do Dia Nacional da Caatinga, comemorado em 28 de abril, e homenageou o primeiro ecólogo do Nordeste e um dos maiores da América Latina, João Vasconcelos Sobrinho.


Durante o evento, propostas e ações voltadas à preservação do meio ambiente foram discutidas, como medidas de desenvolvimento visando à recomposição da mata ciliar à margem direita do Velho Chico.


Coordenadora da parceria entre a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e a UNEB, Edneuma Gonçalves ressalta que o Projeto de Recomposição da Mata Ciliar é desenvolvido em várias etapas. ”Passamos pelas fases de produção de muda, levantamento floristico, coleta de sementes, experimentos com germinação, agora o próximo passo é fazer os mutirões para o plantio nas comunidades”, explicou.

A parceria tem a colaboração da professora Doutora em Agronomia, Maria Herbênia Lima e Grécia Cavalcanti, professoras do DTCS, que desenvolvem o projeto “Produção de Plantas Nativas para recomposição da mata ciliar no Sub-Médio-São Francisco”, responsável pela produção de mudas nativas para recompor as margens do Velho Chico.


Durante a implantação do projeto, foram realizadas análises de impactos, atividades de educação ambiental e algumas espécies foram cultivadas em áreas piloto, com participação e controle social na recomposição da mata ciliar. Ontem, foi inaugurado o viveiro florestal de produção de mudas da mata ciliar, no qual serão cultivadas plantas como: aroeira, canafístula, caraibeira, carnaubeira, catingueira, ingazeira, jatobazeiro, juá-mirim, juazeiro e muquém.



A estudante de Engenharia Agronômica Alouise Danielle, 21 anos, afirma que eventos semelhantes permitem a participação popular e tem efeitos no cotidiano. “As pessoas que participam na maioria das vezes estão sensibilizadas e dispostas a contribuir com alternativas que beneficiem o rio São Francisco, a caatinga, a mata ciliar tão degradados. Sem dúvida, a minha preocupação desperta consciência em meu vizinho e assim por diante”, defende.


A data escolhida para comemorar o dia da caatinga (28 de abril) é a mesma do nascimento do pernambucano João Vasconcelos Sobrinho (28 de abril de 1908), simbolizando assim uma homenagem ao seu centenário e também as suas contribuições às causas ambientais. João Vasconcelos fundou a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e introduziu a disciplina “Ecologia Conservacionista”, a pioneira do gênero no Brasil. Ele também foi o responsável pela criação do Jardim Zoobotânico de Dois Irmãos e pela Estação Ecológica de Tapacurá. O professor publicou cerca de 30 livros sobre ecologia e conservação dos recursos naturais.

Por Ana Carla Lima
Redação MultiCiência