Novos investimentos na pauta da Fenagri

. 30 julho 2008




A Feira Nacional de Agricultura Irrigada (Fenagri), que aconteceu do dia 23 a 26 de julho, em Petrolina-Pe, fomentou novas oportunidade de negócios para grandes e pequenas empresas do agronegócio. A estimativa é que a Feira deixou entre 3 a 4 milhões de reais no comércio interno da região, segundo Vinícius Santana, coordenador geral da Fenagri e Secretário de Desenvolvimento Estratégico de Cultura e Turismo

Com uma estrutura diferenciada, espaço de quase 18 mil m2, a Fenagri reuniu 237 stands vinculados a empresas do ramo empresarial e instituições públicas e despertou a atenção do empresariado por ser uma feira eminentemente técnica. Empresários do setor agrícola, da micro-empresa, assentados e colonos procuravam identificar linhas de crédito disponíveis para aquisição de implementos, de máquinas e equipamentos.

A inserção da tecnologia na região a partir dos projetos de irrigação é apontado como motivo de atração do segmento empresarial. “Nós encontramos produtores que tem se destacado no país pela tecnologia utilizada. Existem instituições governamentais que têm dado apoio e têm se constituído em centro de excelência, como a Embrapa, que oferece técnicas e toda sua experiência para ajudar esses produtores”, afirmou Wanderley Barreto, gerente da Unidade de Negócios do Setor Público, do Banco do Nordeste.


Empresas do ramo de embalagem, da área de defensivos, de logística apresentaram produtos. E empresários chilenos também procuravam conhecer as novas tecnologias desenvolvidas no pólo de desenvolvimento do Vale do São Francisco.


“Viemos para divulgar os projetos, aprender com a experiência nordestina sobre fruticultura irrigada e buscar parcerias região. Com a intenção de levar daqui tecnologia, produtores que estejam interessados em expandir a fronteira de produção e futuramente produzir uma feira, como a Fenagri na região de Tocantins”, afirmou Anísio Costa Pedreira, o Secretário de Estado de Recursos Hídricos do Meio Ambiente de Tocantins.


Nas rodadas de negócio, coordenadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), participaram em média 28 empresários, outras 60 pessoas atuaram em busca de novos negocias na área de comercialização, além dos agentes financeiros que viabilizaram negócios para as grandes empresas, médios produtores e pequenos produtores rurais. “Fechamos com nove caminhões vendidos na feira. Já se pagou o investimento feito de quase 25 mil reais. O lucro bruto, atingido na Fenagri, gira em torno de 800 a 900 mil reais”, afirmou Joilson Ribeiro Moreira, Gerente da Anyra Caminhões.


Mas as transações não se resumem apenas as rodadas de negócios, como é o caso da Pulvetec, de Petrolina, que há três anos participa como concessionário dos tratores. “A realização dos negócios ocorre durante e após o evento, através de contatos que se estabelecem durante toda a feira. Em relação ao ano passado, obtivemos um crescimento de 40% durante esses três dias de feira”, constatou Miguel Siqueira, comerciante de defensivos agrícolas.


Na Fenagri, também houve a estimativa de implantação de novos empreendimentos, como a audiência pública para tratar sobre a proposta de parceria público-privada no projeto de irrigação Pontal, que deverá gerar negócios da ordem de 300 milhões de reais, numa área de 33 mil hectares, dentre os quais 7700 são áreas irrigáveis.

Outros investimentos são esperados na expansão de cinco novas vinícolas na região. Atualmente, a região é responsável por 35% dos vinhos nacionais que são exportados para Europa, Estados Unidos e novos mercados como Angola, conforme informou Gabriel Maciel, Consultor Técnico da Vinho Vasf.


O Vale ocupa hoje a terceira posição no Nordeste na compra de automotivos, devido ao crescimento da fruticultura e existe a necessidade de trazer mais investimento no setor de caminhões e automóveis. “Estamos com terrenos comprados para lançar Renault e a Hiunday”, afirmou Joilson Ribeiro Moreira, Gerente da Anyra. Também estima-se que será instalada na região uma empresa no segmento de caminhões e quatro de automóveis, sendo que três são importados e outro nacional.

A região se tornou um mercado muito promissor, impulsionado pela fruticultura e os empreendedores, principalmente japoneses e americanos que se voltam para o pólo de desenvolvimento Juazeiro-Petrolina.



Por Kall Brito