Cordel fotográfico no “Raiz & Remix” – Um varal de narrativas...

. 27 agosto 2008
Foto Chico Egídio


Final de agosto. Em cena, o “Festival Raiz & Remix”, projeto audacioso, que chega à sua terceira edição trazendo para o público as raízes da cultura popular e as matizes da música contemporânea. É onde o centenário Samba de Veio da Ilha do Massangano se encontra com as releituras groovianas de uma das variantes artísticas do músico Alfredo Bello, o DJ Tudo, e o som da Tenda Eletrônica irradia pelos espaços inspiradores da Feira Multicultural. Mas, peraí, agosto também é o mês da fotografia...


E pensando no símbolo augusto da eternização do instantâneo, a organização do “Raiz & Remix” criou um espaço para exercitarmos nossa consciência visual. Afinal de contas, mais do que contemplar (e curtir) a “festa da cultura popular e suas releituras”, o convite é para que ocupemos o papel de protagonistas no palco dos acontecimentos.


Isto porque, na miríade de encontros que o mês de agosto proporciona, o cancioneiro popular impresso em folhetos e exposto à venda em barbante, o famigerado Cordel, dá lugar às inúmeras histórias cuidadosamente guardadas nas imagens fotográficas. É o “Cordel Fotográfico”, um imenso varal de narrativas com promessas de viagens inesquecíveis.


A princípio, dez fotógrafos foram convocados a expor cinco fotografias em tamanho único (30 x 40) e com temáticas específicas. Tais fotografias são apenas o pré-texto para a participação efetiva do variado público que sempre acompanha o festival. A única exigência: as imagens devem ter medida mínima 15 x 20 e máxima 20 x 30.


O fotógrafo paulista e historiador Boris Kossoy, pioneiro ao traçar uma história para a fotografia brasileira, ficaria orgulhoso ao ver o pensamento que permeia sua obra exposto em pleno sertão nordestino e da maneira mais emblemática possível, num festival inventado para o encontro de tudo: inclusive de existências...


Em tempo: O Varal acontece na próxima sexta-feira e no sábado.


Por Luis Osete