Luz, Câmara, Ação..Cinema em Juazeiro dos anos 1960

. 06 agosto 2008

Thank you, I Love You, all right, very much... Assim, o povo juazeirense procurava responder a cumprimentos e declarações em inglês inspiradas nos filmes que eram exibidos no principal cinema da cidade – Cine São Francisco - na década de 1960. Homens e mulheres imitavam as roupas dos personagens. Os recepcionistas vestiam smoking. As moças das bilheterias eram bastante maquiadas e com penteados exóticos, assim como as atrizes dos filmes. Os resultados dos jogos de futebol passavam na tela antes do início dos filmes.

Se você imagina que tudo isso é uma mera curiosidade, engana-se. Trata-se de conhecimento histórico da importância da sétima arte para a população juazeirense. Por que será que Juazeiro hoje não possui sequer uma sala de cinema? Para responder a esta indagação e as causas que impulsionaram o fechamento das salas de projeção dos cinemas de Juazeiro, Márcia Araújo Ribeiro Lima, professora da Faculdade de Formação de Professores de Petrolina (FFPP), realizou pesquisa para identificar a importância histórica e cultural do cinema na cidade.
Palco de apresentações de cantores como Roberto Carlos e Agnaldo Timóteo, espaço de encontro e diversão das pessoas, o cinema em Juazeiro era um ambiente de efervescência artística e cultural. Contudo, a chegada da televisão e do videocassete, que permitiram a distribuição de cópias, e a dificuldade em adquirir as películas levaram ao fechamento dos cinemas locais.

Porém, grupos culturais e espaços alternativos de exibição, como o CineEncontro, promovido pelo Departamento de Ciências Humanas/UNEB, antêm, atualmente, viva a essência da sétima arte em Juazeiro. Além disso, a cidade já serviu de cenário para a produção de diversos filmes, como Eu, Tu, Eles.


Por Paulo Victor