Dissertação de mestrado é reconhecida pela Embrapa

. 11 outubro 2008

A dissertação de mestrado de Hélio Maurício Viana Gonzaga, egresso do Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada (PPHI), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus III, em Juazeiro, foi reconhecida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como essencial para o aumento da produção da uva sem sementes na região do Vale do São Francisco.

Hélio defendeu sua dissertação no dia 26 de setembro, no auditório do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) do campus. Na ocasião, apresentou uma alternativa para melhoria da qualidade da uva e para a redução do trato manual de bagas.

A mesa foi composta pelos pesquisadores da Embrapa Semi-Árido, José Egídio Flori e Débora Bastos, e pelo professor-orientador da pesquisa, Valtemir Ribeiro. A banca de avaliação aprovou a solução apresentada pelo discente, que utiliza o ácido giberélico (fitoregulador) para o raleio químico de cachos de videira.

Segundo Manoel Abílio, coordenador do Mestrado do PPHI, a redução do número de bagas contidas em um cacho, chamada de raleio, é importante por permitir um melhor desenvolvimento das uvas e por ser considerado um elemento comercial de exportação.

“Sem o controle de bagas, as frutas não se desenvolvem. Para fazê-lo, precisamos de cinco pessoas trabalhando em cada hectare. É um custo muito grande com mão-de-obra, por isso os produtores da região procuraram nosso mestrado para que pensássemos em soluções. Isso é um reconhecimento a excelência da pesquisa que fazemos na UNEB”, complementou Manoel Abílio.

Qualidade internacional

Cada cacho da videira apresenta 140 bagas, em média. O mercado internacional considera que o ideal fique entre 90 e 100. Com esse fitoregulador, os pesquisadores de Juazeiro pretendem alcançar um equilíbrio, adequando quantidade e peso (4,5kg por caixa), utilizados em países como o Chile e Estados Unidos.

A viabilidade do raleio químico demonstrou uma economia de 70,36%, se comparado com o processo manual, que provocava um acréscimo nos insumos agrícolas. Além disso, o ácido giberélico utilizado é visto com bons olhos por não degradar o meio ambiente.

“O fitoregulador de hormônio foi usado em uvas para identificar se ocorria um maior número de aborto (das bagas). Foi utilizado um produto não tóxico, que não causa nenhuma ameaça ao meio ambiente, por ser extraído do fungo”, explicou Valtemir.

Para produzir sua pesquisa, Hélio contou com parceria da empresa Fazenda Copa Fruit S.A., em Petrolina (PE), onde analisou o ciclo da uva sem semente. Os custos com os testes e o desenvolvimento do fitoregulador também foram financiados pela empresa.

“Essa tecnologia é um avanço para a viticultura do Vale do São Francisco. Foi importante termos o apoio da iniciativa privada em conjunto com o respaldo teórico dado pela universidade”, contou Hélio Gonzaga.

O mestrado oferecido pela UNEB tem sido bem avaliado pelos grandes produtores da região. “Eles têm trazido os problemas e desafios da produção de frutas para que sejam pesquisadas pela universidade”, contou Manoel Abílio. O próximo edital do PPHI, destinado aos profissionais com diploma de curso superior em Agronomia e áreas afins, deverá ser publicado no início de novembro.


Texto ASCOM-UNEB