Targino Gondim gravou ontem (19), sob muitos aplausos, e acompanhado por um coro de fãs, em uma apresentação belíssima, “Simplesmente Assim”, o seu segundo DVD.
Porém, nem tão “simples” tem sido para o grande público acompanhar o I Festival da Sanfona. O acesso ao evento, que começou no dia 16 de março, e foi massivamente divulgado como uma iniciativa que prevê a valorização da cultura popular regional, tem sido restrito a convidados.
No segundo dia do Festival (17), quando o Centro de Cultura João Gilberto recebeu para um concerto solo, o músico italiano Mirco Pantarini, muita gente não conseguiu assistir ao espetáculo por falta de convite. A exigência do convite pegou o público de surpresa: “Eu vi na televisão que a entrada era gratuita e que estavam todos convidados. Quando cheguei lá não consegui entrar porque não tinha o convite para trocar pelo ingresso”, lamenta a estudante Laíse Sousa.
Além da necessidade de “ser convidado” para contemplar os shows, o público ainda se deparou com a deficiência estrutural do local que abriga o evento. Tanto no dia do concerto de Mirco Pantarini quanto ontem (19), na gravação do DVD de Targino Gondim, o auditório do Centro de Cultura teve a sua capacidade de receber pessoas bastante excedida.
O incômodo gerado pela situação foi reconhecido pelo Secretário de Cultura Esporte e Lazer de Juazeiro, Pedro Alcântara Filho e também pelo curador do Festival, o sanfoneiro Targino Gondim, que pediu desculpas ao seu público e garantiu que hoje (20) e amanhã (21) a partir das 20h na orla de Juazeiro, a diversão e a oportunidade de apreciar a arte de tocar sanfona serão, realmente, para todos.
Para Pedro Filho, a decepção sofrida pelo público é um reflexo da falta de um espaço, em Juazeiro, que comporte a demanda de pessoas interessadas em participar de um evento como este. De fato, o Centro de Cultura João Gilberto é o único espaço do gênero em toda a cidade, que tem crescido muito nos últimos anos. Mas o secretário adiantou que já esta em processo de finalização o projeto que visa a construção de um teatro em Juazeiro.
Por Livia Orge
