Exposição apresenta versatilidade da arte fotográfica

. 27 outubro 2009



Uma precisa combinação de cores, luz e ousadia. É este o sentido provocado pelas imagens da Exposição SobrePosição, disponível ao público no Departamento de Ciências Humanas, da Universidade do Estado da Bahia, em Juazeiro-Ba. A mostra reúne 22 imagens fotográficas, coordenada pelo professor José Renner e alunos do curso de Jornalismo em Multimeios e de Pedagogia. Nesta quarta edição, o projeto apresenta um olhar singular sobre as artes plásticas e a fotografia. Através de projeções de obras de arte sobre o corpo dos modelos, são homenageados artistas como Tarsila do Amaral, Salvador Dalí, René Magritte e outros personagens da arte universal.


O termo Transforma remete as modificações que são feitas na imagem. O conceito ultrapassa a transformação física e propõe também a construção de um novo olhar. “Transforma refere-se à transformação do pensamento e não só da imagem, mas através do símbolo pretende causar reflexão e tirar as pessoas do lugar para que elas possam ver diferente”, explica Renner. Desta forma, as fotografias buscam inquietar os visitantes e provocar questionamentos.


As imagens permitem visualizar uma trama de discussões. Uma delas é a polêmica acerca dos procedimentos de produção e o conceito de arte fotográfica, confrontando a fotografia proveniente do instantâneo, reflexo do instante, do acontecimento, e a produzida em estúdio. “Escolhi trabalhar com as duas coisas, o acaso e a questão da composição do enquadramento”, declara Renner.


A mostra sugere também uma reflexão do conceito de arte coletiva e a colaboração das pessoas. “Uma fotografia pode ter toda uma equipe por trás e chega a modelo, que é a artista, e torna-se a autora do trabalho também. Mas os fotógrafos, os alunos do curso, detem a autoria das imagens, porque são eles os responsáveis pelos enquadramentos, escolha da composição e pela captura da imagem", como esclarece Renner. Uma das imagens, inclusive, foi censurada por uma das modelos, após vê-la exibida na mostra. O cartaz “fotografia censurada”, sob a imagem, é um ícone de como a arte provoca, inquieta.


Numa perfeita conjunção, a exposição Transforma apresenta uma efervescência de cores, tecidos, flores, luz imersos em muitos elementos, nos quais os corpos e as imagens provocam e transportam o visitante para além de uma simples contemplação. A exposição ficará aberta ao público até o dia 10 de novembro, no Departamento de Ciências Humanas/UNEB, no horário das 14h até 22h.

Por Juliane Peixinho (Repórter); Emerson Rocha (Fotojornalista), da Agência MultiCiência.
Matéria publicada no Gazzeta do São Francisco, na edição do dia 25 de outurbro.