Pelos 23 mil metros quadrados, o som que ecoa é uma sinfonia de bodes, cabras, carneiros e ovelhas. Com 172 baias e uma média de 40 expositores, a Exposição Ranqueada de animais possui ovinos da raça Dorper, originária da África do Sul, e considerada a melhor geneticamente, além de caprinos da raça Bôer. Esses animais estão expostos na I Feira de Negócios da Pecuária e da Caprinovinocultura do Vale do São Francisco, no espaço também estão expostos cavalos e pôneis.
De acordo com Pedro Humberto, coordenador do evento, a FENCAPRI foi concebida para criar um ambiente de encontro de todos os atores envolvidos na Caprinovinocultura. “A feira visa, principalmente, a comercialização. Aqui, o criador encontra exposição e julgamento de animais e vai poder comprar um animal de melhor valor genético”, explica.
Professora de zootecnia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Sertão Pernambuco Zona Rural, Carla Matos, levou os alunos do 1° período do curso para a feira, para que eles conhecessem de perto a futura profissão. “Toda e qualquer feira é importante por ter a função de ensinar, de trocar experiências entre os criadores e de tornar o público conhecedor daquilo que está acontecendo na área de pecuária. O animal doméstico é o objeto de trabalho do zootecnista. A gente traz eles para começar a ter contato com os animais”, afirma Matos.
Durante a Exposição Ranqueada, observam-se públicos e objetivos variados. Daniela Belo, estudante de zootecnia do IF - Sertão Pernambuco Zona Rural, acredita que a feira possibilita maior conhecimento para os estudantes da área. “A feira é muito interessante, pois podemos observar várias raças diferentes; em cada propriedade uma cultura diferente, uma alimentação. Tudo isso é aprendizado”, comenta. Já para a expositora Simone Vieira, a participação na FENCAPRI possui interesses mais comerciais. “A proposta é mostrar a potencialidade dos animais que estamos criando e também trazer animais com preços acessíveis para que outros produtores possam melhorar suas criações”, esclarece.
No julgamento dos animais todos os detalhes são analisados com cuidado e os animais são separados por idade e peso aparentes. A exposição promove uma competição em que as melhores fêmeas e os machos de maior capacidade reprodutiva são reconhecidos. Os animais devem preencher alguns requisitos que determinem uma boa herança genética para os filhotes que virão. Das pequenas fêmeas da raça Bôer, a campeã era a que possuía o pescoço mais longilíneo, a curvatura mais acentuada no lombo, as patas posteriores mais abertas, além de qualidade do pelo e da carne. Ao redor, os machos da mesma raça aguardavam a vez de ser julgados.
Texto e fotos/Natália Carneiro