Imagens do Rio São Francisco, da ponte Presidente Dutra, travessia das barcas, ribeirinhos. Em contraposição, máscaras coloridas suspensas. Este é o cenário das Exposições “Navegando pelo Velho Chico” e “Máscaras”, abertas à visitação até a próxima sexta-feira (15/04), no Departamento de Ciências Humanas (DCH), da Universidade do Estado da Bahia, Campus III, em Juazeiro-BA.
Promovida pelo curso de Licenciatura em Artes Visuais, do Plano Nacional de Formação de Professores (PARFOR), as exposições são resultados da experimentação sobre o processo artístico feitos pelos alunos, que já exercem atividades docentes na rede municipal das cidades de Juazeiro, Curaçá, Sento Sé, Pindobaçú, Campo Formoso, Casa Nova e Saúde.
Em “Navegando pelo Velho Chico”, as fotografias foram capturadas durante uma travessia pelo Velho Chico, com a finalidade de registrar imagens que focalizassem um meio, um sujeito ou um objeto. Na exposição Máscaras, foi usada uma técnica com gesso e bolas de assopro na qual o rosto de cada estudante do curso serviu de molde para as máscaras, depois eles tiveram a liberdade de criar a decoração. Suspensas, as máscaras podem ser usadas pelos visitantes que podem experimentar as sensações e incorporar as características simbólicas dos personagens que as fizeram.
Durante a composição das exposições, os graduandos tiveram que exercitar a criatividade e a capacidade de aliar os conhecimentos teóricos sobre a natureza da prática artística. Segundo a professora da disciplina Processos de Criação I, Carla Pires de Carvalho, o projeto desenvolveu no aluno uma consciência de que o fazer artístico necessita de reflexão e que, apesar das limitações do ambiente escolar, é possível aplicar técnicas e realizar atividades que incentivem a criação em sala de aula. “Eles percebem que, muitas vezes, eles faziam as atividades, mas não havia reflexão. Com o projeto, há uma maturação. Eles passam a ter conhecimento teórico e prático para reconhecer a realidade de suas escolas e saber aplicar os trabalhos em sala de aula”, explica Carla Pires.
Para a professora e coordenadora das exposições Verbena Mourão, o trabalho permitiu que os estudantes tivessem um melhor entendimento da arte como algo que pode ser aplicado em sala de aula. “Para a produção da arte não é preciso recursos financeiros, apenas organização e objetividade”, reflete Verbena.
Os conhecimentos aprendidos no curso estão transformando a didática do ensino da arte no cotidiano escolar. “A arte ainda é vista e aplicada por muitos professores como um momento de lazer, desenhar e trabalhar datas comemorativas, mas com o curso percebemos que a arte deve incentivar uma ação criadora dentro da sala de aula”, conta Maria Lúcia de Andrade, professora da rede municipal em Juazeiro e graduanda do curso de Artes.
A exposição ficará aberta à visitação pública até sexta-feira (15/04) das 8h até 22h, no andar térreo do prédio do Departamento de Ciências Humanas, Universidade do Estado da Bahia, situado na Av. Edgard Chastinet, s/n, São Geraldo.
Por Juliane Peixinho (Texto); Emerson Rocha (Foto), da Agência MultiCiência.
