Adequada nutrição mineral aumenta produtividade do feijão de corda e a rentabilidade do produtor

. 24 agosto 2011


O feijão de corda, também chamado de feijão-caupi ou feijão macassa, é a principal fonte de proteínas para muitos dos agricultores e agricultoras do sertão nordestino. Na Feira SemiáridoShow, pesquisadores da Embrapa tratam em um minicurso de aspecto importante do plantio dessa leguminosa e que pode repercutir no aumento da produção: a nutrição mineral do solo.

Nessa região, os plantios desse feijão nas áreas dependentes de chuva ocorrem basicamente em pequenas propriedades, que possuem escassos recursos tecnológicos. Por isso, registram baixas produtividades em relação às outras áreas de cultivo do país.

No Centro-Oeste, por exemplo, as colheitas, em média, alcançam 1000 kg/ha. É quase o triplo das que são obtidas atualmente nas áreas rurais do Nordeste: 400 kg/ha. Para os pesquisadores da Embrapa Semiárido Saulo de Tarso Aidar, Magnus Dall’igna Deon e Paulo Ivan Fernandes Júnior, a adoção de práticas simples e de baixo custo podem repercutir em aumentos significativos na produtividade da cultura.

No minicurso, os pesquisadores explicam de forma didática o passo a passo para os agricultores deixarem a terra em condições de produzir uma boa colheita.

Saulo afirma que a carência de nutrientes no solo tem várias implicações no desenvolvimento das plantas. Se falta fósforo, por exemplo, o pé de feijão como um todo não cresce e há pouca produção de grãos. Na ausência de cálcio as folhas novas podem se tornar grossas, quebradiças e encurvadas, além de diminuir o crescimento e, em casos extremos, ocorrer a morte do broto terminal impedindo que a planta chegue a florescer.

No caso do nitrogênio, os agricultores podem dispensar o uso de adubo químico e usar os recursos naturais dessa espécie de leguminosa: a fixação biológica do nitrogênio (FBN). O feijão-caupi é capaz de se associar a bactérias do solo que captam o nitrogênio atmosférico e fornecem às plantas. Essas bactérias, chamadas de rizóbios, estão em pequenas estruturas arredondadas nas raízes das plantas, denominadas nódulos.

Esse processo ocorre graças a bactérias nativas que são encontradas no solo. Porém, pode ser potencializado por meio do fornecimento desses microorganismos no momento do plantio, através da aplicação de inoculantes.

Segundo Paulo Ivan, a inoculação do feijão-caupi no Semiárido é capaz de substituir a adubação nitrogenada de até 80 kg ha-1, na forma de uréia, e aumentar a produtividade e o rendimento de grãos do feijão-caupi em mais de 30%, reduzindo os custos de produção.

Para Magnus, é importante o agricultor saber da disponibilidade desses elementos no seu solo. Do equilíbrio entre os chamados macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre), e os micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel e zinco), é que ele vai poder ter a chance de obter altas produtividades. E isto se consegue fazendo a análise adequada e criteriosa do terreno onde o feijão vai ser cultivado.

Participam da feira as seguintes unidades da Embrapa: Semiárido, Caprinos e Ovinos, Algodão, Mandioca e Fruticultura Tropical, Agrobiologia, Transferência de Tecnologia, Tabuleiros Costeiros, Informação Tecnológica, Meio Norte, Agroindústria Tropical, Informática Agropecuária, Milho e Sorgo, Solos – UEP Recife e Agroindústria de Alimentos.

Mais informações:
O SemiáridoShow 2011 acontece de 22 a 25 de Agosto no Escritório de Petrolina da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado na BR-122, Km 50 (BR-428, km 148). A feira estará aberta ao público das 8h às 17h30 e a entrada é gratuita. O evento é uma realização da Embrapa e do IRPAA.

Contatos:
Magnus Dall’igna Deon
magnus.deon@cpatsa.embrapa.br

Saulo Aidar
saulo.aidar@cpatsa.embrapa.br

Paulo Ivan Fernandes Junior
paulo.ivan@cpatsa.embrapa.br

Laercio Lucas – Agência Multicência;
lacanlucas@hotmail.com

Fernanda Birolo – jornalista;
fernanda.birolo@cpatsa.embrapa.br

Marcelino – jornalista;
marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Embrapa Semiárido – (87) 3862 1711