Sentada à frente da televisão, uma música me chama atenção: “viva Jorge, viva Jorge, Amado Jorge, Jorge Amado”. Foi um momento de alegria. Que bom ver uma homenagem ao nosso escritor baiano, conhecido pela publicação de várias obras literárias, embora algumas pessoas sequer leiam. Porém, quem não conhece Dona Flor, Gabriela e Tieta, ou os meninos de ruas de “Capitães da Areia”?
Jorge Amado foi um romancista que cantava as festas e os sabores do povo brasileiro mestiço. Ele discorria sobre temas nacionais, a baianidade e brasilidade, ao tempo que misturava elementos da realidade social ora com realismo, ora com humor, valorizando a cultura brasileira.
Também analisou as transformações na identidade do povo sempre em uma perspectiva regional, desde a região do sul da Bahia, passando pelo recôncavo baiano ao semiárido nordestino.
Também analisou as transformações na identidade do povo sempre em uma perspectiva regional, desde a região do sul da Bahia, passando pelo recôncavo baiano ao semiárido nordestino.
Em “Gabriela Cravo e Canela”, obra que narra a história de amor entre o árabe Nacib e a sertaneja Gabriela, o autor aborda fatos de denúncia social da Bahia dos anos 1920 como o declínio dos coronéis. Já “as mulheres de Jorge” demonstravam força, sensualidade, personagens femininos que buscavam a liberdade de seus desejos, além de controlar seus destinos.
Em “Tieta do Agreste”, Jorge Amado aponta os aspectos sociais e políticos da época, além de expor sua preocupação com temas que ainda não eram criticados como a preservação ambiental.
Escritor da segunda fase do modernismo, o autor descreve a miséria e opressão do trabalhador rural da região cacaueira da Bahia, suas obras denotam inconformismo com as mazelas sociais, utilizando da literatura para fazer o testemunho do seu tempo. Jornalista e membro do Partido Comunista do Brasil (PCB), ele utilizou a literatura para expressar o inconformismo. “Eu não escrevi o primeiro livro para ficar famoso, escrevi pela necessidade de expressar o que sentia”, assim explicou o escritor.
Escritor da segunda fase do modernismo, o autor descreve a miséria e opressão do trabalhador rural da região cacaueira da Bahia, suas obras denotam inconformismo com as mazelas sociais, utilizando da literatura para fazer o testemunho do seu tempo. Jornalista e membro do Partido Comunista do Brasil (PCB), ele utilizou a literatura para expressar o inconformismo. “Eu não escrevi o primeiro livro para ficar famoso, escrevi pela necessidade de expressar o que sentia”, assim explicou o escritor.
Neste mês de agosto, quando Jorge Amado completou 99 anos, a televisão faz uma justa homenagem... Que tenhamos mais propagandas que exponham a cultura, a literatura de nosso país, nós telespectadores estamos cansados de assistir comerciais que desvalorizam a imagem feminina que a utiliza como objeto de apelo sexual no incentivo do consumo. Precisamos de comerciais inteligentes e educativos para fazer jus a assistir à televisão. Como dizia Carlos Drummond, em seu poema Hino Nacional, "precisamos descobrir o Brasil... precisamos educar o Brasil... compraremos professores e livros... assimilaremos finas culturas”.
Por: Karine Nascimento
Matéria publicada no Gazzeta do São Francisco, na edição de Ano XV, 2.091, de 18 de agosto de 2011.
Matéria publicada no Gazzeta do São Francisco, na edição de Ano XV, 2.091, de 18 de agosto de 2011.