Evento internacional de literatura e poesia

. 17 maio 2012



O Brasil não demonstra ser um país de leitores. De acordo com dados da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, apenas 25% da população frequenta bibliotecas e mais da metade dos estudantes não têm acesso a livros. É uma realidade crítica, já que o país não apresenta políticas públicas para o incentivo à leitura. Esse fato não se faz diferente na Região do Vale do São Francisco.

Diante dessa situação, a Universidade de Pernambuco (UPE) está realizando até o próximo sábado (19) o I Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão (I CLISERTÃO). A abertura do evento aconteceu no auditório da instituição, campus Petrolina, na última segunda-feira, e contou com atrações musicais da região e uma aula-espetáculo do escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna, intitulada “Raízes Populares da Cultura Brasileira”.

Levando em consideração os avanços alcançados pela economia regional, o I CLISERTÃO tem como objetivo fazer com que esse desenvolvimento econômico venha acompanhado do fortalecimento da cultura local. O evento tem dimensões inéditas para o Vale do São Francisco, pois traz em sua programação grandes nomes da literatura nacional e internacional, como o paraibano Jessier Quirino e o português Luís Serguilha.

O congresso, a fim de popularizar a cultura que se faz nos dias de hoje, permite um diálogo entre as diversas manifestações culturais. Assim, tem o objetivo de discutir a literatura enquanto identidade cultural de um povo, a partir de discussões que englobam a multiculturalidade brasileira.

De acordo com Roberta Duarte, secretária de Cultura de Petrolina, o congresso é válido no momento em que contribui para uma maior valorização de um segmento que é tão rico e ao mesmo tempo pouco conhecido na região. A secretária disse ainda que o evento é importante, porque pretende discutir a desmistificação do sertão para o povo não sertanejo.

“A ideia é que esse evento entre no calendário do Estado a cada dois anos, alternando com a Bienal do Livro, em Recife. O congresso propõe, posteriormente, a partir da Universidade, ações estruturadoras, como a criação dos pontinhos de leitura, onde as pessoas poderão trocar livros”, afirmou Genivaldo do Nascimento, coordenador geral do evento, sobre as pretensões futuras do CLISERTÃO.








Patrícia Laís (Texto)
Gildinha Passos (Foto)