O Brasil não demonstra ser um
país de leitores. De acordo com dados da Pesquisa Retratos da Leitura no
Brasil, apenas 25% da população frequenta bibliotecas e mais da metade dos
estudantes não têm acesso a livros. É uma realidade crítica, já que o país não
apresenta políticas públicas para o incentivo à leitura. Esse fato não se faz
diferente na Região do Vale do São Francisco.
Diante dessa situação, a
Universidade de Pernambuco (UPE) está realizando até o próximo sábado (19) o I
Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão (I CLISERTÃO).
A abertura do evento aconteceu no auditório da instituição, campus Petrolina,
na última segunda-feira, e contou com atrações musicais da região e uma
aula-espetáculo do escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna, intitulada
“Raízes Populares da Cultura Brasileira”.
Levando em consideração os
avanços alcançados pela economia regional, o I CLISERTÃO tem como objetivo
fazer com que esse desenvolvimento econômico venha acompanhado do
fortalecimento da cultura local. O evento tem dimensões inéditas para o Vale do
São Francisco, pois traz em sua programação grandes nomes da literatura
nacional e internacional, como o paraibano Jessier Quirino e o português Luís
Serguilha.
O congresso, a fim de
popularizar a cultura que se faz nos dias de hoje, permite um diálogo entre as
diversas manifestações culturais. Assim, tem o objetivo de discutir a
literatura enquanto identidade cultural de um povo, a partir de discussões que
englobam a multiculturalidade brasileira.
De acordo com Roberta Duarte,
secretária de Cultura de Petrolina, o congresso é válido no momento em que
contribui para uma maior valorização de um segmento que é tão rico e ao mesmo
tempo pouco conhecido na região. A secretária disse ainda que o evento é
importante, porque pretende discutir a desmistificação do sertão para o povo
não sertanejo.
“A ideia é que esse evento entre
no calendário do Estado a cada dois anos, alternando com a Bienal do Livro, em
Recife. O congresso propõe, posteriormente, a partir da Universidade, ações
estruturadoras, como a criação dos pontinhos de leitura, onde as pessoas
poderão trocar livros”, afirmou Genivaldo do Nascimento, coordenador geral do
evento, sobre as pretensões futuras do CLISERTÃO.
Patrícia Laís (Texto)
Gildinha Passos (Foto)