Educação

. 14 maio 2013

De forma criativa, professores incentivam o hábito da leitura em escolas publicas do Vale do São Francisco

[T] Lara Micol
[F] Sheila Feitosa

 
 Quem nunca mergulhou em um bom livro que atire o primeiro deles. O gosto pela leitura é incontestável e intransferível, ir para esse mundo encantador, onde todos podem entrar é fácil, basta abrir um deles e se jogar. Mas para muitos esse é um habito quase sempre estafante, ou melhor, aquelas pessoas que nunca se deram ao trabalho de virar apenas a capa. Para mudar essa visão deturpada de que ler é uma coisa “chata” que professores de escolas publicas do Vale do São Francisco estão desenvolvendo projetos para incentivar o habito da leitura em estudantes do ensino fundamental.
Vale de tudo de carrinho de supermercado transformado em biblioteca que circula pelos corredores do colégio, rotatividade de textos literários entres os alunos, desenvolvimento de cordéis e por aí se vai, com livros nas mãos e muitas ideias aflorando nas cabeças de quem antes tinha receio de ao menos entrar na biblioteca.
A mestranda em Critica Cultural pela Universidade do Estado da Bahia, (UNEB), Nazarete Mariano está pesquisando sobre essas práticas de professores que se desdobram para inventar modos de incentivar seus alunos a entrarem nesse mundo em que o único ingresso a ser pago é a vontade de ler. Segundo Mariano, ainda não foram computados dados definitivos do resultado desses projetos, estão esperando o resultado de exames feito pelo Ministério de Educação (MEC), em escolas públicas anualmente e a finalização de sua pesquisa de mestrado. A partir dai irão ter certeza dos resultados, mas o que se pode constatar de forma indireta é que os alunos estão mais receptivos aos livros.
Só para se ter uma ideia o número máximo de leitura pode chegar a 15 livros em seis meses; um grande avanço para um público que não queria nem chegar perto da biblioteca.
Educadores definem que a idade limite para se alfabetizar uma criança é ate os oito anos, no entanto essa só é a parte técnica. Fazer com que alguém goste de ler é muito mais difícil e é isso que essas professoras inventoras estão conseguindo fazer mesmo com poucos recursos, estão mostrando para seus pupilos o quanto é prazeroso desvendar novos mundos com o simples trabalho de se abrir um livro.
É para isso que a pesquisa de Mariano está direcional, para a leitura. A sua pesquisa vai catalogar o quanto esses projetos incentivam e mudam a rotina dessas crianças em questões acadêmicas. Mas para Mariano essa é apenas uma parte da história, pois as mudanças sócias que isso vai proporcionar não tem limites.